O Conselho de Segurança, principal instância da Organização das Nações Unidas (ONU), aprovou nesta segunda-feira (10/05) uma resolução elaborada pelos Estados Unidos que consiste em um plano de cessar-fogo completo e imediato na Faixa de Gaza, incluindo a libertação incondicional de reféns e a garantia de assistência humanitária no enclave palestino.
A iniciativa foi apoiada por 14 dos 15 membros da organização internacional, enquanto a Rússia se absteve. Nenhum dos países se posicionou contra o documento.
A resolução consiste em uma proposta anunciada pelo presidente norte-americano Joe Biden em 31 de maio, a qual teria sido aceita pelo governo de Israel, embora alguns altos funcionários do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tenham prometido continuar atacando os palestinos até “a eliminação do Hamas”.
De acordo com a emissora catari Al Jazeera, os Estados Unidos declararam “muito claramente que Israel concordou”, o que “coloca muita pressão” para que suas autoridades cumpram a resolução.
Por sua vez, o Hamas declarou, em outro comunicado, estar pronto para cooperar com os mediadores competentes e entrar em negociações sobre a implementação dos princípios do acordo.
“O Hamas saúda a resolução do Conselho de Segurança que incluiu o cessar-fogo permanente em Gaza, a retirada completa [de Israel], a troca de prisioneiros, a reconstrução, o retorno dos deslocados às suas áreas de residência, a rejeição de qualquer mudança demográfica ou redução na área da Faixa de Gaza e a entrega da ajuda essencial ao nosso povo no enclave”, disse o grupo palestino, em nota.
“Unidos por trás de um acordo que salvará vidas e ajudará os civis palestinos em Gaza a começar a se reconstruir e a se curar. Unidos por trás de um acordo que reunirá reféns com suas famílias, depois de oito meses em cativeiro”, disse a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, após a votação.
O embaixador Amar Bendjama, da Argélia, a única nação árabe do organismo, apoiou a resolução ao argumentar “que ela pode representar um passo à frente em direção a um cessar-fogo imediato e duradouro”, suspendendo o que ele descreveu como “uma matança” contra os palestinos.
Três etapas da proposta
A primeira fase propõe um cessar-fogo de seis semanas, durante o qual o exército de Tel Aviv garantirá sua retirada das áreas povoadas de Gaza. Reféns, incluindo idosos e mulheres, serão trocados por centenas de prisioneiros palestinos. Além disso, civis também poderão retornar ao enclave, enquanto 600 caminhões transportarão ajuda humanitária diariamente.
Na segunda fase, ainda com um cessar-fogo em vigor, Hamas e Israel negociarão termos para o fim permanente das hostilidades.
A terceira fase se seguiria com um cessar-fogo permanente, facilitando a reconstrução do enclave, incluindo 60% das clínicas, escolas, universidades e edifícios religiosos danificados ou destruídos pelas forças israelenses.