A direção do PSOL acionou o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra a deputada federal bolsonarista Fernanda Siqueira (PL-MT), conhecida como "Coronel Fernanda" por quebra de decoro parlamentar – o que pode levar à cassação do mandato. Durante debate no Congresso na última terça-feira (4), a bolsonarista fez insinuações sobre a morte do médico Diego Bomfim, irmão de Sâmia, em outubro do ano passado.
Durante debate na Comissão de Comissão e Justiça (CCJ) da Câmara sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre a criminalização do porte de drogas, Fernanda afirmou, em referência a Sâmia, que "ela tem que conversar com o pessoal lá do morro, no Rio de Janeiro, que cometeu um crime gravíssimo. E ela sabe do que eu estou falando".
Diego Bomfim, que era médico, foi morto a tiros junto a dois colegas em um quiosque na praia da Barra da Tijuca, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro. Um quarto médico ficou ferido. O grupo estava na capital fluminense para participação em um congresso de ortopedia.
"Uma tragédia pessoal que causa tanta dor quanto a que aconteceu com meu irmão e a minha família não deve nunca ser utilizada como elemento de provocação, em nenhuma discussão política, em nenhum contexto. A deputada passou de qualquer limite ético, moral e humano ao fazer isso no meio de uma discussão de pauta na CCJ", disse Sâmia.
O documento que foi protocolado pelo PSOL junto à mesa diretora da Câmara conta com a assinatura da presidenta do PSOL, Paula Coradi, da própria Sâmia e dos demais integrantes da bancada do partido.
"Vozes dissonantes, diferentes ideologias, muitas vezes com debates acalorados, fazem parte do Estado Democrático de Direito e da vida parlamentar na Câmara dos Deputados. Entretanto, as falas da Deputada Coronel Fernanda são extremamente graves e atentam contra a ordem jurídica e social fixada pela Constituição, descumprindo os deveres parlamentares ali expostos", aponta o texto.
O Brasil de Fato entrou em contato com o gabinete da deputada Coronel Fernanda para obter seu posicionamento, mas não teve retorno. O espaço segue aberto.
Edição: Thalita Pires