A deputada federal Luiza Erundina (Psol-SP), decana da Câmara dos Deputados, passou mal e foi internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital Sírio Libanês, em Brasília (DF). Ela teve uma indisposição após realizar a leitura de um projeto de lei na Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial (CDH) da Casa.
O projeto recebeu, na própria sessão, ataques políticos de deputados de extrema direita e apoiadores. O PL 1156/2021 propõe a responsabilidade de identificar publicamente lugares de repressão política utilizados por agentes da ditadura civil-militar (1964-1985). A sessão da CDH foi suspensa assim que Erundina ausentou-se.
Mais tarde, quando a situação de saúde de Erundina foi informada no plenário, diversos deputados solicitaram a suspensão da sessão, pedido que foi acatado pela mesa diretora.
O deputado Glauber Braga (Psol-RS), informou por meio de suas redes sociais que havia visitado Erundina no hospital, que seu estado de saúde era estável e que ela se encontrava "firme" e "se comunicando bem".
Acabei de estar com nossa amiga Erundina. O quadro dela segue a exigir acompanhamento mas saio mais aliviado e muito otimista do hospital. Pelo situação grave que ocorreu do edema imaginei que pudesse ainda encontra-la com dificuldades de respiração e comunicação na UTI.
— Glauber Braga (@Glauber_Braga) June 5, 2024
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Escalada de conflitos
O clima na Câmara dos Deputados vem sendo descrito como "péssimo". Desde terça (4), a temperatura dos conflitos entre grupos políticos ou mesmo entre deputados individualmente tem aumentado. O primeiro caso foi o uso, por parte da deputada Coronel Fernanda (PL-MT), do caso do assassinato de Diego Bomfim, irmão da deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), na argumentação a favor da aprovação da PEC das Drogas. Sâmia, que é contra o projeto, reagiu à menção do caso.
Nesta quarta (5), os embates seguiram. A Comissão de Ética da Casa decidiu acompanhar o relatório de Guilherme Boulos (Psol-SP) e arquivar o processo de cassação de André Janones (Avante-MG) por conta de supostas "rachadinhas". O deputado paulista considerou que, por ter acontecido na legislatura passada, Janones não poderia ser cassado agora.
Durante a sessão, Janones e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) discutiram acaloradamente e quase trocaram agressões físicas. A discussão continuou nas redes sociais dos parlamentares. Gustavo Gayer (PL-GO) e Delegado Eder Mauro (PL-PA) também se envolveram no conflito.
Na mesma sessão, o Boulos discutiu com Pablo Marçal, coach que se apresenta como pré-candidato à Prefeitura de São Paulo – assim como Boulos. O deputado Marco Feliciano apresentou Marçal, em seu tempo de fala, como seu convidado, e disse que o coach estava fazendo a transmissão da reunião em suas redes sociais. Boulos, em seu tempo de tréplica, chamou Marçal de "coach picareta" e disse que gostaria de enfrentá-lo nos debates eleitorais. Marçal reagiu e houve bate-boca.
Edição: Thalita Pires