O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, recebeu nesta terça-feira (4) o Grande Colar do Estado da Palestina por sua defesa aos palestinos e sua posição contundente contra os ataques israelenses na Faixa de Gaza. A cerimônia foi realizada na sede do governo colombiano, em Bogotá.
A condecoração é a maior homenagem que o governo autônomo da Palestina pode oferecer para uma autoridade estrangeira. Em 2023, líderes como o chinês Xi Jinping, o indiano Narendra Modi, e o rei Salman da Arábia Saudita, receberam o colar.
Na Colômbia, a condecoração foi entregue pelo embaixador da Palestina em Bogotá, Raouf Almalki. Depois de receber o colar, Petro agradeceu o povo
palestino e disse que essa foi a maior homenagem que ele já recebeu.
“Recebi muitas condecorações na minha vida, as primeiras na escola, que são as que mais me lembro, e devo dizer que esta é talvez a mais importante que recebi”, disse o chefe de Estado.
O prêmio reconhece o movimento de Petro de "não permanecer em silêncio frente à injustiça, perseguição e genocídio onde quer que seja, por levantar a voz para que seja ouvida em todos os cantos do mundo pedindo justiça, verdade e liberdade, e reconhece seus esforços para fortalecer as relações amistosas e a cooperação entre a República da Colômbia e o Estado da Palestina , apoiando os direitos do povo palestino e sua justa causa no caminho para a liberdade e a independência".
A medida do governo palestino foi tomada duas semanas depois de o mandatário colombiano formalizar a abertura de uma embaixada na cidade palestina de Ramallah. O lugar já tinha um consulado colombiano e agora passa a ter a representação diplomática com um embaixador.
Relações tensas
Petro adotou uma postura de denúncia dos ataques israelenses na Faixa de Gaza desde o início do conflito. Logo depois do começo da ofensiva de tropas de Israel na região, o mandatário colombiano passou a ameaçar romper relações com Israel.
Primeiro, chamou os ataques de “genocídio”. Depois, suspendeu a compra de armas de Israel. E por último, em discurso no 1º de maio, anunciou o rompimento das relações diplomáticas entre Colômbia e Israel por conta do massacre cometido contra os palestinos.
Ele também sugeriu que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deve ser preso pelos avanços de tropas israelenses na Faixa de Gaza. De acordo com o colombiano, o Tribunal Penal Internacional poderia emitir um mandado de prisão contra o israelense e o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) deveria “começar a considerar a criação de uma força de manutenção de paz” na região.
Edição: Rodrigo Durão Coelho