O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, sugeriu nesta sexta-feira (10) que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, deve ser preso pelos avanços de tropas israelenses na Faixa de Gaza. De acordo com ele, o Tribunal Penal Internacional poderia emitir um mandado de prisão contra o israelense e o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) deveria “começar a considerar a criação de uma força de manutenção de paz” na região.
“Netanyahu não impedirá o genocídio. O que implica um mandado de prisão internacional do Tribunal Penal. O Conselho de Segurança deve começar a considerar a criação de uma força de manutenção da paz no território de Gaza”, afirmou Petro em publicação na rede social X (ex-Twitter). O colombiano rompeu as relações com Israel no último 1º de maio por causa da atuação israelense em Gaza.
Esta semana, Israel intensificou os ataques na cidade de Rafah, localizada na fronteira com o Egito. Mais de 100 mil palestinos deixaram a cidade palestina nos últimos 5 dias segundo a Agência da ONU de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNWRA). O massacre já matou, desde outubro, quase 35 mil palestinos.
Segundo a agência de notícias Reuters, os tanques israelenses se deslocaram para a estrada principal que divide o leste e o oeste de Rafah, cercando efetivamente o leste da cidade. Moradores citados pela Reuters relataram que explosões contínuas e troca de tiros podem ser ouvidas no leste e nordeste da cidade.
Em outra publicação, Petro celebrou a decisão da Assembleia Geral da ONU de aprovar uma resolução que abre caminho para que a Palestina faça parte das Nações Unidas de maneira permanente. O documento pede a incorporação do país como 194º integrante da ONU.
A proposta recebeu 143 votos favoráveis e 25 abstenções. Colômbia e Brasil votaram a favor do texto. Outros 9 países foram contrários ao texto: Argentina, Israel, Estados Unidos, República Tcheca, Hungria, Micronésia, Nauru, Palau, Papua-Nova Guiné.
“A proposta de reconhecimento do Estado Palestino na ONU foi promovida inicialmente pela Colômbia, obteve o apoio da maioria dos países latino-americanos e depois a América Latina alcançou consenso com a África e a Liga Árabe”, disse Petro.
A proposta também foi celebrada pela Venezuela. O Ministério das Relações Exteriores do país vizinho publicou uma nota comemorando a “vitória diplomática” do povo venezuelano. O país condenou a atuação dos Estados Unidos no Conselho de Segurança. De acordo com o governo venezuelano, os EUA “abusam do direito a veto e da posição de poder como integrante pleno do grupo”.
Relações conflituosas
Petro adotou uma postura de denúncia dos ataques israelenses na Faixa de Gaza desde o início do conflito. Logo depois do começo da ofensiva de tropas de Israel na região, o mandatário colombiano passou a ameaçar romper relações com Israel.
Primeiro, chamou os ataques de “genocídio”. Depois, suspendeu a compra de armas de Israel. E agora, em discurso de 1º de maio, anunciou que a Colômbia romperá relações diplomáticas com Israel por conta do massacre cometido contra os palestinos.
Edição: Lucas Estanislau