Com a adesão mínima de sete vereadores, foi oficialmente instaurada, nesta terça-feira (4), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), da Câmara Municipal de Canoas (RS), que vai investigar o prefeito Jairo Jorge (PSD). A comissão quer apurar a atuação do gestor na condução das medidas para atendimento à população afetada pelas enchentes.
Nos próximos dias, os partidos que compõem a câmara deverão nomear seus representantes, possibilitando assim o início dos trabalhos, que incluirá a eleição do presidente, relator e secretário.
"A população está sofrendo com os desmandos do prefeito, prefeito que mandou dizer para a população dos bairros Fátima e Rio Branco que 'estava tudo bem', pra não evacuar. Pessoas que tiveram destruídos seus lares, seu patrimônio. As pessoas estão precisando de comida, sofrendo no dia a dia em virtude de todo o caos. Caos que aumentou por falta de administração e de preparo", avaliou o vereador Juares Hoy (Progressistas) que votou pela abertura da CPI.
Votaram a favor os seguintes vereadores: Márcio Freitas (PRD), Leandrinho (PRD), Abmael (PL), Juares Hoy (Progressistas), Jonas Dalagna (Progressistas), Eric Douglas (União) e Airton Souza (PL).
Protestos
A Prefeitura de Canoas tem recebido críticas devido às medidas adotadas em resposta aos problemas causados pelas enchentes. Um dos pontos mais polêmicos diz respeito à divulgação de dois contratos, no valor de R$ 217,2 mil e R$ 91,8 mil, destinados à compra de camisetas e coletes de identificação para os servidores municipais e voluntários envolvidos nas operações de socorro.
Essa decisão, anunciada pela administração municipal por meio do Diário Oficial, provocou indignação e suscitou questionamentos sobre a prioridade dada aos gastos em meio à emergência enfrentada pela cidade.
A situação se agravou com a interrupção dos serviços no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) de Canoas por uma semana.
Essa medida resultou na formalização de uma denúncia junto ao Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul (MPRS), evidenciando a insatisfação da comunidade com a falta de suporte e assistência em meio à vigência do Decreto de Calamidade Pública.
Além disso, outro aspecto questionado foi a demora na instalação de bombas para escoamento das águas, o que contribuiu para agravar a situação das inundações em alguns bairros.
O Brasil de Fato RS solicitou um posicionamento à prefeitura de Canoas, mas não obteve retorno até a publicação. O espaço segue disponível para atualização.
Assista à integra da sessão da Câmara que aprovou a CPI
Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Katia Marko