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Evento em Manaus debate liberdade de expressão e papel de artistas no enfrentamento à crise climática

Ação 'Mulheres livres para se expressar: a arte pela Amazônia' acontece em meio a audiências da CIDH na cidade

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Ação foi organizada por artistas dos coletivos Tinta Preta e Hip Hop Pai D'Égua, que atuam na Amazônia paraense - Aline Fidelix

Um evento realizado por artistas mulheres amazônidas chamou atenção para a necessidade de resistência às mudanças climáticas. A ação "Mulheres livres para se expressar: a arte pela Amazônia", realizada nesta terça-feira (28) em Manaus (AM), aconteceu em meio a audiências da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) sobre o pedido de Opinião Consultiva para os temas da Emergência Climática e Direitos Humanos.

A ação contou com o Coletivo Tinta Preta e o Coletivo Hip Hop Pai D'Égua, ambos compostos por mulheres artistas de territírios amazônicos, e faz parte da campanha global #FreeToProtest (ou "livre para protestar", em tradução para a língua portuguesa), capitaneada pela ONG Artigo 19 e com ações em todo o mundo.

"O objetivo é demonstrar que a liberdade de expressão comporta e deve proteger a atuação de artistas. E também demonstrar o quanto artistas podem, a partir do seu trabalho, imaginar soluções, promover debates relacionados à mudança do clima e também sobre como as mudanças do clima afetam o entorno em que elas vivem", destacou Raquel da Cruz Lima, Coordenadora do Centro de Referência Legal da Artigo 19.


Ação aconteceu em paralelo a audiências da Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre o pedido de Opinião Consultiva para os temas da Emergência Climática e Direitos Humanos / Romulo Serpa/CNJ

As audiências públicas da CIDH sobre a emergência climática em Manaus vão ouvir 265 organizações de diversas regiões do planeta em busca de soluções para mitigar os efeitos do aquecimento global, especialmente sobre as populações mais vulneráveis.

As discussões ganharam especial relevância em meio à tragédia climática vivida pelo Rio Grande do Sul, com 169 pessoas mortas até aqui e centenas de milhares de desalojados. A intervenção artística serve para chamar atenção e fortalecer esse debate.

"Nós acreditamos que a partir da liberdade de expressão, do posicionamento e organização política e social na arena pública, isso possibilita que grupos e pessoas consigam imaginar futuros, organizar demandas e desenvolver suas lutas, a partir de uma valorização dos saberes e de tecnologias populares e dos movimentos populares", resumiu a advogada Taynara Lira, que atua com direitos humanos e é assessora do Centro de Referência Legal da Artigo 19 Brasil e América do Sul.

Edição: Nicolau Soares