As enchentes que já afetam 92% dos municípios do Rio Grande do Sul mataram 151 pessoas. Os dois óbitos mais recentes foram confirmados pela Defesa Civil na manhã desta quinta-feira (16). Outras 104 pessoas estão desaparecidas. E a quantidade de feridos se mantém em 806 desde o último sábado (11).
O impacto das chuvas em 458 das 497 cidades gaúchas faz com que o estado tenha 538.164 pessoas desalojadas e outras 77.199 em abrigos.
A falta de lugar para alocar aqueles que perderam suas casas e não têm para onde ir é uma das principais preocupações externadas pelos gestores.
Em entrevista à Folha, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), disse que "não há imóveis disponíveis nesse momento" para as cerca de 30 mil pessoas que, no cálculo da administração municipal, estão sem casa.
Melo, alvo recente de críticas por ter dito que pessoas presas em regime semi-aberto estão "contaminando" os abrigos, afirmou ter pedido ao governo federal que faça um plano de habitação para dar conta do déficit.
Pela primeira vez nesta semana o nível do rio Guaíba ficou abaixo dos 5 metros. A expectativa do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) é que nos próximos dias a diminuição siga, lentamente.
Nesta quinta (16), no entanto, o estado registrou que 236.888 imóveis seguem sem luz e 129.977 sem água. Nas últimas 24 horas, a energia elétrica foi reestabelecida em cerca de 17 mil residências.
Além do frio intenso, com geada em algumas regiões, a previsão da MetSul Meteorologia é de que, nesta quinta (16), chuvas de 50 a 100 milímetros devem atingir diversos municípios, especialmente a Serra gaúcha. Na sexta-feira (17), a região Norte do estado é que pode receber temporais.
Edição: Nicolau Soares