TRAGÉDIA AMBIENTAL

Missionário do Cimi cobra mais organização do governo federal no auxílio a comunidades indígenas afetadas por enchente no RS

De acordo com Roberto Liegbott, comunidades vivem em situação de vulnerabilidade em territórios não demarcados

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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A comunidade Pindo Poty, do povo Guarani Mbya, que fica localizada no bairro Lami, em Porto Alegre é uma das mais afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul. - Roberto Liegbott/Cimi

As chuvas no Rio Grande do Sul afetaram cerca de 9 mil famílias indígenas. O Ministério dos Povos Indígenas definiu uma série de ações de apoio às comunidades indígenas, entre elas a distribuição quinzenal de cestas básicas, doações e um plano de reconstrução e recuperação de áreas de plantio.

Para falar mais sobre a situação dos indígenas gaúchos, o programa Central do Brasil desta quarta-feira (15) conversou com Roberto Liegbott, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi). 

De acordo com o missionário, na última semana a Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul) e a Comissão Guarani Yvyrupa (CGY) assistiu 100 famílias de 52 comunidades indígenas.

Segundo Liegbott, as medidas até agora não têm sido suficientes. "Nós sentimos ao longo dessa semana uma ausência muito grande de um núcleo organizativo por parte do governo federal. O governo não conseguiu, no que se refere aos povos indígenas, ter esse contexto em que eles pudessem se organizar e a partir dessa organização demandarem então as suas ações de serviço para as comunidades."

De acordo com ele, as comunidades impactadas por essa catástrofe ambiental e pelas cheias estão situadas em lugares absolutamente degradados e não tiveram seus territórios demarcados. "Nós aqui estamos tratando de comunidades que foram vulnerabilizadas pelo Estado e pela própria sociedade, então o poder público não priorizou a garantia de direitos para essas populações, ainda estamos numa fase anterior, ou seja, há necessidade de que os territórios sejam efetivamente reconhecidos, demarcados e protegidos pela União."

Ele ainda apontou que no Rio Grande do Sul as comunidades convivem com arroios contaminados. "Em geral completamente assoreados, há necessidade de ter todo um trabalho de desassoreamento dos rios, então é com esse ambiente que nós convivemos e esse impacto ele tem sido tão intenso em função dessa realidade de descuidado com aquilo que nós temos de biodiversidade, de água e de natureza."

A entrevista completa, feita pela apresentadora Luana Ibelli, está disponível na edição desta quarta-feira (15) do Central do Brasil, disponível no canal do Brasil de Fato no YouTube.

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Edição: Thalita Pires