MASSACRE EM GAZA

Estudantes transformam formatura da Universidade de Michigan em protesto pró-Palestina

Dezenas de formandos com bandeiras palestinas se manifestaram para expressar repúdio ao massacre em Gaza

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Estudantes pró-Palestina interromperam discurso de secretário da Marinha dos EUA durante cerimônia de formatura da Universidade de Michigan - Twitter / @KATNews

Durante evento de formatura da Universidade de Michigan, na noite deste sábado (04/05), um grupo de formandos interrompeu a programação para manifestar seu apoio à Palestina e protestar contra o governo sionista de Israel e o massacre promovido pelo exército israelense na Faixa de Gaza desde outubro passado.

A ação teve seu início justamente quando o secretário da Marinha dos Estados Unidos, Carlos Del Toro, fazia o seu discurso, no palanque montado dentro do Estádio da Universidade de Michigan.

Nesse momento, dezenas de formandos irromperam nos corredores que ficavam entre os estudantes, exibindo bandeiras palestinas e caminhando em meio aos seus colegas, enquanto entoavam gritos e cantos dizendo “Palestina livre”, “Israel bombardeia, Michigan paga”, “quantas crianças vocês mataram hoje?” e “cortem o investimento a Israel agora”.

 

 

Alguns dos manifestantes trajavam o keffiyeh, lenço identificado com o movimento nacionalista palestino, a maioria garotas, algumas das quais também usavam o hijab, véu típico usado por mulheres muçulmanas.

Os vídeos do momento em que o protesto se realizou mostram que as advertências verbais sobre possíveis punições aos manifestantes, feitas pelos oradores da cerimônia no palco principal, foram ofuscadas pelos aplausos e gritos de apoio de boa parte dos demais formandos e do público do evento, formado por familiares e amigos dos estudantes que se graduavam.

Além da ação dos estudantes, a cerimônia também sofreu intervenção de dois aviões que traziam faixas sobre o conflito no Oriente Médio. No primeiro, a faixa dizia “corte o investimento a Israel agora! Palestina livre!”. Já no segundo avião, a faixa amarrada na parte traseira afirmava “nós apoiamos Israel, vidas judias importam”.

Segundo meios norte-americanos, a interrupção da cerimônia de formatura durou pouco mais de sete minutos, até que a polícia entrou em cena e levou os formandos que participaram do protesto até um local atrás do palanque, onde foram mantidos até a finalização do evento.

A porta-voz da Universidade de Michigan, Colleen Mastony, deu declarações após a formatura, afirmando que nenhum dos envolvidos no protesto foi preso. Ela também tentou diminuir a importância do ato, dizendo que “ações como esta acontecem nas cerimônias de formatura há décadas, o problema é quando são estimuladas por interesses de fora”.

O protesto em Michigan é parte de um movimento universitário contra Israel e a favor da causa palestina que teve início com a série de protestos iniciada pelos estudantes da Universidade de Columbia, em Nova York, há três semanas, e que já mobilizou mais de 40 outras instituições norte-americanas, além de se reproduzir em outros países, como França, Alemanha, Canadá, México e Cuba.

 

 

Esses protestos contra o massacre israelense em Gaza têm sofrido com fortíssima repressão policial. Somente nos Estados Unidos, mais de 2 mil manifestantes já foram presos por participarem dos atos.

A ofensiva militar promovida por Israel na Faixa de Gaza já contabilizou mais de 34 mil vítimas civis, incluindo 15 mil crianças, e destruiu mais de 92% das casas, edifícios e prédios públicos (escolas, hospitais e centros comunitários) do território palestino.