O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta quinta-feira (2) que não faltarão recursos do governo federal para auxiliar o Rio Grande do Sul e afirmou que o foco neste momento é resgatar as vítimas dos temporais. O estado vive o "pior desastre climático" da história, segundo o governador Eduardo Leite (PSB).
"Fiz questão de trazer os ministros aqui porque eu quero que cada um deles o seu compromisso, não apenas na minha frente, mas também na frente da imprensa. Estamos nos comprometendo, em solidariedade ao povo do Rio Grande do Sul, a minimizar o sofrimento que esse evento extremo da natureza está causando", disse Lula.
As declarações foram dadas pelos mandatários em Santa Maria (RS), município que registrou o maior número de mortes até agora. Ambos se reuniram com uma equipe ministerial do governo federal, com ministros das pastas de Meio Ambiente, Integração Nacional e Transportes.
“É o segundo [evento] em um ano que acontece, então é preciso que a gente comece a ficar preocupado em cuidar do planeta Terra com muito mais carinho, com muito mais amor”, ressaltou o presidente.
Mau tempo impossibilita resgates
O governador Eduardo Leite reafirmou o apoio federal, lamentou as perdas de vidas e previu um cenário ainda mais sombrio, com o aumento do registro de vítimas fatais e desabrigadas.
"Peço às pessoas que saiam das localidades de risco, saiam das suas casas de forma ordenada, enquanto há tempo para isso, para nós salvarmos vidas nesse momento", clamou o governador gaúcho.
Segundo Leite, o resgate de sobreviventes e de corpos é dificultado pelo mau tempo, que impossibilita a chegada dos helicópteros a áreas que estão isoladas por causa do desabamento de pontes e bloqueio de estradas.
O governador ressaltou ainda que a situação é pior do que as enchentes registradas no ano passado. Segundo ele, uma trégua das chuvas em 2023 permitiu o resgate rápido das vítimas, ao contrário do cenário atual.
Chuva incessante já deixou 21 mortos
Na última atualização, o Rio Grande do Sul havia contabilizado 21 mortes e outros 21 desaparecidos.
O boletim mais recente da Defesa Civil informa ainda 134 municípios afetados, 3.079 pessoas em abrigos e 5.257 desalojados (pessoas que saíram de suas casas e estão em residências de familiares ou amigos).
Desde o último final de semana, o estado o Rio Grande do Sul tem sido marcado por uma chuva incessante, que piorou nos dois últimos dias. Enchentes, rios transbordando, deslizamento de terra e cidades submersas são algumas das consequências da catástrofe.
A situação fez com que o governo decretasse estado de calamidade pública. Assinado nesta quarta-feira (1º), tem validade por 180 dias e visa agilizar o atendimento aos mais de cem municípios atingidos.
Edição: Matheus Alves de Almeida