O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), afirmou neste sábado (20) que o desentendimento com o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PL), foi superado. "Não tem crise. Qualquer dificuldade de relação, diálogo, está absolutamente superada. Da minha parte, não tem qualquer rompimento de diálogo. Estou sempre à disposição para conversar", afirmou, em entrevista à GloboNews, durante visita a um local que receberá um novo empreendimento do programa Minha Casa, Minha Visa Entidades, em São Paulo.
"Temos diálogo com todos os líderes da Câmara, não só da base, mas também da oposição. Tenho certeza absoluta que essa dupla de sucesso, que foi executivo e Congresso Nacional, que já conquistou tantos ganhos para o país no ano passado, vai se repetir ", prosseguiu Padilha, destacando o compromisso do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de dialogar com todas as representações no Congresso.
O ministro ainda minimizou a reunião realizada nesta sexta entre o presidente Lula, ministros e líderes no Congresso. Segundo ele, foi um evento rotineiro, para tratar do calendário de votações de abril e maio. "Tenho certeza que o compromisso do Congresso Nacional e do governo do presidente Lula em consolidar a saúde das conta públicas do país é fundamental para a gente garantir o equilíbrio da economia", concluiu.
Nas últimas semanas, Lira vem subindo a pressão contra Padilha, a quem chamou de "incompetente" e "desafeto pessoal". O principal motivo da insatisfação do presidente da Câmara foi o corte de R$ 5,6 bilhões feito por Lula nas emendas de comissões previstas para o Orçamento de 2024.
Em retaliação, Lira passou a criticar diretamente Padilha, ameaça derrotar o governo na votação de vetos presidenciais que estão no Congresso. Dentre os principais estão os vetos ao Projeto de Lei 14.843/2024, que restringe as saídas temporárias de presos, conhecidas popularmente como "saidinhas". E aos 14 trechos vetados no PL 1.459/2022, que altera o registro de agrotóxicos no Brasil.
O presidente da Câmara também ameaçou o governo com a abertura de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI).
Edição: Rodrigo Gomes