Movimentos populares se reuniram em Caracas para discutir as possibilidades de um novo mundo frente ao capitalismo. O Encontro para uma Alternativa Social Mundial começou na quinta-feira (18) e vai até sábado (20) no Hotel Meliá, na capital venezuelana. Os debates contaram com a representantes de organizações de 60 países, com protagonismo da América Latina.
Organizado pela Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América -Tratado Comércio dos Povos (Alba-TCP) e o Instituto Simón Bolívar, a série de debates tem como objetivo discutir alternativas ao modo de produção capitalista a partir de um projeto de sociedade que contemple as demandas e a luta dos movimentos populares.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, participou do evento. O chefe do Executivo venezuelano disse que a Alba é a "verdadeira alternativa" para uma nova sociedade e disse que, para pensar um modelo econômico que seja melhor que o capitalismo, é preciso construir um mundo multipolar.
"A construção de um mundo multipolar já nasceu. Começou a contagem regressiva para o fim do império de coletivos do Ocidente e a humanidade que vem será melhor", afirmou.
Para o secretário-executivo da Alba-TCP, Jorge Arreaza, o debate é importante para pensar possibilidades a partir de uma construção coletiva de ideias e pensamento.
"Oferecemos ao mundo o caminho para unir todos que possam se unir para enfrentar o inimigo principal. Os povos são o combustível, a energia, mas precisam estar em contato com uma institucionalidade democrática para poder comunicar seu sentimento e autoridade democrática", afirmou.
Quatro mesas de debate marcaram a abertura do primeiro dia. Professores, pesquisadores, lideranças de movimentos e políticos latino-americanos falaram sobre os principais problemas enfrentados no sistema atual e as possibilidades de novos caminhos para a sociedade. Os temas discutidos foram: perigos e ameaças da humanidade, a civilização decadente, a necessidade de um projeto comum e um só imperialismo, um só inimigo.
O segundo dia foi marcado pela presença de Nicolás Maduro. Participaram também os ex-presidentes da Bolívia Evo Morales, e de Honduras, Manuel Zelaya, o membro da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) João Pedro Stedile e Llanisca Lugo, integrante do Centro Martin Luther King.
O líder boliviano falou sobre a importância de fortalecer uma posição anti-imperialista e reforçar a ideia de um novo modelo econômico possível.
"As medidas dos EUA sempre foram de ingerência, intervenções e golpes de Estado. O golpe na Bolívia acontece porque não aceitam outro modelo econômico melhor que o neoliberalismo, não aceitam índios e não aceitam uma outra forma de gestão dos recursos naturais, que no caso da Bolívia é o lítio", afirmou Morales.
O encerramento do evento será neste sábado, com o seminário Juventudes Anti-imperialistas em Luta e por uma Solidariedade.
Edição: Thalita Pires