O Distrito Federal registrou 222.882 casos prováveis de infecção pelo vírus da dengue e oficialmente 235 mortes desde o início de 2024. De acordo com a Secretaria de Saúde do DF, outros 59 óbitos prováveis da doença como causa também estão sendo investigados. Os números atuais mostram um aumento de 17.335 novos casos e 30 óbitos nas últimas duas semanas.
Divulgado na quinta-feira (11), os dados do último Boletim Epidemiológico, emitido pela Secretaria de Saúde DF, apresenta 12 vezes mais mortes que em 2023, quando foram registrados 19 óbitos por dengue. Segundo o informe, observa-se no presente momento “um aumento de 1.580,1% no número de casos prováveis de dengue em residentes no DF se comparado ao mesmo período de 2023, quando foram registrados 12.277 casos prováveis da doença no DF”.
A capital federal tem também a maior incidência da doença no Brasil, seguida de Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná e Goiás. Um levantamento realizado pelo Observa Infância da Fiocruz/Unifase revelou que o Distrito Federal concentra 10% de todas as mortes confirmadas por dengue no Brasil, apesar de registrar apenas 1% dos casos da doença no país.
Os dados foram compilados a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde até 30 de março. A letalidade média por dengue no Brasil é de 0,37 mortes por mil casos, enquanto no DF é de 3,3 mortes a cada mil casos.
Embora a maioria dos diagnósticos de dengue no DF se concentre em adultos entre 20 e 59 anos, crianças pequenas e idosos apresentam as maiores taxas de letalidade. Bebês com menos de 1 ano enfrentam uma letalidade 17,6 vezes maior do que a média brasileira para essa faixa etária (0,44 morte a cada mil casos).
A faixa etária de idosos com 80 anos ou mais têm uma taxa de letalidade sete vezes superior à média nacional. Para cada mil infectados nessa faixa etária, foram reportadas 34,07 mortes. Em 2024, 26% dos atendimentos na rede pública foram por suspeitas de contaminação do mosquito Aedes aegypti.
Distribuição de casos no DF
A Secretaria considera que uma Região Administrativa com “baixa incidência apresenta uma taxa de incidência menor que 100 casos para cada 100 mil habitantes, com média incidência aquela RA que apresente um intervalo de taxa de incidência entre 100 a 299,9 casos para cada 100 mil habitantes e com alta incidência uma RA que apresente uma taxa de incidência com 300 casos ou mais para cada 100 mil habitantes”.
O território do DF está organizado em sete Regiões de Saúde: Central, Centro-Sul, Leste, Norte, Oeste, Sudoeste e Sul. As Regiões de Saúde são formadas por municípios fronteiriços que compartilham identidades culturais, econômicas e sociais, redes de comunicação e infraestrutura de transportes. A finalidade dessas regiões é integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde.:
A região de saúde com maior incidência de casos prováveis são: Oeste (Brazlândia, Ceilândia, Sol Nascente/Pôr do Sol) contabilizou 44.655 casos; Sudoeste (Águas Claras, Arniqueira, Recanto das Emas, Samambaia, Taguatinga, Vicente Pires) apresentou 35.310 casos; Sul (Gama e Santa Maria) teve 19.886; Centro-Sul (Candangolândia, Guará, Núcleo Bandeirante, Park Way, Riacho Fundo, Estrutural, Sia) notificou 14.788 casos; a região Norte (Arapoanga, Fercal, Planaltina, Sobradinho) registrou 14.140 casos. Leste (Itapoã, Jardim Botânico, Paranoá, São Sebastião) marca 13.988 casos. A região Central (Cruzeiro, Lago Norte, Lago Sul, Plano Piloto, Sudoeste/Octogonal, Varjão) é a área com menor índice.
Na relação de situação epidemiológica da dengue por Região Administrativa, a RA de Ceilândia apresentou o maior número de casos prováveis (27.426), seguida por Samambaia (12.192), Santa Maria (11.933 casos prováveis), Taguatinga (10.388), e Sol Nascente/Por do Sol (8.583 casos prováveis). Estas cinco regiões administrativas concentraram 35% dos casos prováveis de dengue do DF.
Das 35 RAs do DF, 30 apresentam com taxas consideradas altas. Na classificação média, estão Jardim Botânico, Águas Claras, Park Way, SIA, Sudoeste/Octogonal. Segundo esses critérios, não existe no DF região com baixa incidência.
Conforme o Boletim, o perfil dos casos prováveis de dengue com critérios de gênero e grupo etário, a maior incidência dos registros é do “sexo feminino, com 6.783,7 casos por 100 mil habitantes. O grupo etário com maior incidência de casos prováveis de dengue, em residentes no DF, está na faixa etária de 20 a 29 anos com incidência de 7.355,7 casos por 100 mil habitantes, seguido pelos grupos etários de 50 a 59 anos e 15 a 19 anos, com 7.040,3 casos por 100 mil habitantes e 6.948,3 casos por 100 mil habitantes,”.
Fonte: BdF Distrito Federal
Edição: Márcia Silva