Pela segunda semana consecutiva o Brasil registrou tendência de queda ou estabilidade nos casos de dengue na maior parte do território nacional. Segundo o Ministério da Saúde, das 27 unidades da federação, cinco ainda apresentam aumento de casos.
Os dados são relativos à semana epidemiológica 14, que se encerrou no sábado passado (6). Segundo as informações, 13 estados apresentaram números estáveis no período, sem sinais de alta. Em outros 9 foi observada queda.
Na lista dos que ainda têm cenário de crescimento estão Alagoas, Bahia, Maranhão, Pernambuco e Sergipe. Já o declínio ocorreu em Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Piauí, Amazonas, Acre e Roraima.
Os números da semana passada já indicavam que a pandemia poderia estar em reversão. Na ocasião, a doença estava em declínio em oito unidades federativas e sete estados apresentavam tendência de aumento.
Apesar da notícia positiva, a secretaria de Vigilância em Saúde Ethel Maciel ressalta que as medidas de prevenção e as ações do poder público ainda são extremamente essenciais. Atualmente, 11 estados e 526 municípios estão com decretos de situação de emergência em vigor.
"Eu sempre uso a metáfora da montanha. Nós subimos a montanha, chegamos ao pico desta montanha e estamos descendo. Mas ainda temos um caminho que precisa ser percorrido com muita atenção. Porque teremos pessoas que vão adoecer, desenvolver casos graves, teremos pessoas que podem vir a óbitos e vidas que podemos salvar."
Ainda de acordo com os dados apresentados pelo Ministério da Saúde, o país tem 2,9 milhões de casos de dengue confirmados. A doença já causou mais de 1,1 mil mortes. Os dois resultados representam recorde histórico.
Sobre a doença
A dengue é causada por um vírus, transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. Entre os sintomas mais recorrentes estão febre alta, dores musculares e nas articulações e erupções na pele. A doença pode causar hemorragia interna em órgãos e tecidos e levar à morte.
Existem quatro tipos de vírus da dengue circulando no planeta. Pessoas infectadas com um deles não ficam imunes aos outros. Essa dinâmica favorece a ocorrência de epidemias mais graves de tempos em tempos. No Brasil, esses períodos ocorrem em média a cada três anos.
No entanto, o desmonte de políticas públicas observado no país nos últimos anos levou a números consideráveis sucessivamente. Em 2022 e 2023 também houve registro sem precedentes de casos e óbitos.
Outros fatores também exercem influência no aumento da infecções, entre eles, as mudanças climáticas. Como o mosquito se prolifera em água parada, as chuvas intensas impulsionam a presença do vetor. Além disso, o Aedes aegipty se reproduz mais rapidamente no calor, portanto, se beneficia das temperaturas extremas registradas recentemente no Brasil.
A população pode ajudar a combater a doença eliminando locais com água parada, que se transformam em criadouros para o mosquito. Na lista estão pneus, caixas d'água, vasos de plantas e lixo acumulado, por exemplo.
Edição: Matheus Alves de Almeida