Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 2022 foi o ano em que menos nascimentos foram registrados em território nacional desde 1977. A pesquisa Estatísticas do Registro Civil é realizada desde 1974.
No ano em questão, foram 2,5 milhões de pessoas nascidas vivas, o que representa declínio de 3,5% na comparação com 2021. Quando a análise é feita em relação à média calculada de 2010 a 2019, a queda é ainda mais relevante e supera 10%.
A diferença mais significativa ocorreu na região Nordeste, onde o número de nascidos vivos foi 6,7% menor que no ano anterior. Na sequência estão, as regiões Norte (-3,8%), Sudeste (-2,6%), Centro-Oeste (-1,6%) e Sul (-0,7%).
Entre os estados, apenas Santa Catarina e Mato Grosso tiveram aumento nos nascimentos registrados entre 2021 e 2022, de 2% e 1,8% respectivamente. Em todas as outras unidades da federação houve queda. O declínio mais expressivo, na Paraíba, foi de quase 10%.
Segundo os dados apresentados, o Brasil vive uma tendência de queda nesses índices desde 2019. Isso indica um processo de envelhecimento da população. As informações do Censo de 2022 também confirmam o cenário. De acordo com o estudo, a proporção de pessoas com 65 anos ou mais atingiu o recorde de 10,9%. Já a de crianças e jovens até 14 anos caiu para 19,8%.
A pesquisa Estatísticas do Registro Civil também mostra que 39% dos nascimentos foram gerados por pessoas com 30 anos ou mais. A faixa etária dos 20 aos 29 anos ainda é a que mais dá à luz no Brasil, mas vem apresentando uma tendência de diminuição nas últimas décadas. Cenário semelhante é observado nas idades abaixo de 20 anos.
Óbitos continuam altos
Embora o número de mortes registradas no Brasil no ano de 2022 tenha caído em relação ao recorde histórico do ano anterior, os dados ainda se mantiveram superiores aos registros anteriores à pandemia da covid-19. No ano em questão, mais de 1,5 milhão de óbitos foram registrados.
O resultado é inferior ao observado em 2021, ano mais mortal da história do Brasil, quando mais de 1,8 milhão de vidas foram perdidas. Mesmo assim, os números estão bem acima do que ocorria antes da pandemia. Entre 2010 e 2019, o total de mortes crescia ano a ano, mas nunca ultrapassou 1,4 milhão.
Somente em janeiro de 2022, por exemplo, foram mais de 160 mil mortes. Na ocasião, o Brasil vivia um aumento considerável no número de pessoas infectadas pela covid-19. Ao fim do mês, o coronavírus havia causado quase 10 mil óbitos, 6% do total registrado no período.
Em relação ao ano de 2021, as maiores quedas nos números absolutos de falecimentos ocorreram nas faixas etárias de 60 a 69, que teve quase 80 mil mortes a menos, e entre 50 a 59 anos, com declínio de cerca de 72 mil.
No entanto, houve aumento de óbitos entre crianças da faixa de 1 a 4 anos. Foram 1,3 mil mortes a mais, maior alta relativa entre todos os recortes por idade.
Edição: Matheus Alves de Almeida