Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmaram ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que não houve pedido de asilo ou tentativa de fuga no episódio em que passou duas noites na embaixada da Hungria, em Brasília, pois não havia qualquer tipo de preocupação, por parte dele, sobre uma possível prisão.
Com um documento assinado por uma equipe de sete advogados, a defesa de Bolsonaro respondeu nesta quarta-feira (27) à determinação do Supremo de explicações sobre o episódio, registrado entre os dias 12 e 14 de fevereiro, e revelado em reportagem do jornal The New York Times na última segunda-feira.
"Portanto, diante da ausência de preocupação com a prisão preventiva, é ilógico sugerir que a visita do peticionário à embaixada de um país estrangeiro fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga", disseram os advogados do hoje inelegível. "A própria imposição das recentes medidas cautelares tornava essa suposição [de prisão] altamente improvável e infundada", prosseguiram.
A equipe de defesa de Bolsonaro alegou ainda que as medidas já aplicadas contra ele, como a apreensão do passaporte e a proibição de se ausentar do país, indicavam "que a decretação de uma medida mais severa, como a prisão preventiva, não estava iminente".
Os advogados afirmaram ainda que o ex-presidente tem tido postura "altamente colaborativa" nos processos que enfrenta, e que as medidas que foram tomadas contra ele foram "desnecessárias". Por isso, afirmaram que uma eventual determinação de prisão cautelar seria "improvável, reprovável e incabível".
No texto, em que afirmam que Bolsonaro está sendo alvo de "perseguições", os advogados afirmam que Bolsonaro "segue acreditando na Justiça", e que o período dentro da embaixada em pleno carnaval serviu para reforçar o alinhamento com o governo da Hungria, chefiado por Viktor Orbán.
"Nesse contexto, o peticionário [Bolsonaro] mantém a agenda política com o governo da Hungria, com quem tem notório alinhamento, razão porque sempre manteve interlocução próxima com as autoridades daquele país, tratando de assuntos estratégicos de política internacional de interesse do setor conservador", afirmaram os advogados do ex-presidente.
Edição: Nicolau Soares