O Tribunal Superior de Justiça de Londres aceitou parcialmente, nesta terça-feira (26), o pedido do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, contra a solicitação de extradição feita pelos Estados Unidos.
A Corte adiou uma possível extradição ao considerar o recurso válido. Também pediu que o governo estadunidense dê mais informações num prazo de três semanas antes de tomar uma decisão final sobre a extradição. "O senhor Assange não será extraditado imediatamente. O tribunal deu ao governo dos Estados Unidos três semanas para dar garantias satisfatórias", decidiu o tribunal.
Entre as garantias pedidas, a de que o jornalista não corre risco de ser condenado à morte. Se a Justiça estadunidense cumprir o prazo e dar as respostas pedidas em três semanas, uma nova audiência nos tribunais de Londres deve ocorrer em 20 de maio, para uma definição sobre o caso.
Caso seja extraditado, Assange pode ser condenado nos Estados Unidos a uma pena de até 175 anos de prisão. Ele é acusado de vazar cerca de 700 mil documentos confidenciais sobre as atividades militares e diplomáticas estadunidenses, principalmente no Iraque e Afeganistão.
Este é a última via de recurso para Assange no Reino Unido. No entanto, um último recurso ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH) "ainda é possível", afirmou o grupo de apoio Free Assange em comunicado divulgado em dezembro.
O fundador do WikiLeaks foi detido pela polícia britânica em 2019 e está preso na penitenciária de segurança máxima Belmarsh, em Londres. Antes, havia passado sete anos confinado na embaixada do Equador em Londres, onde buscou refúgio para evitar a extradição por acusações de agressão sexual na Suécia, que mais tarde foram retiradas.
Edição: Rodrigo Durão Coelho