Ao menos um funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU) foi morto nesta quarta-feira (13) quando um bombardeio israelense atingiu um armazém que estocava comida, na cidade de Rafah, sul da Faixa de Gaza. Outras 22 pessoas ficaram feridas no ataque, disse a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA, na sigla em inglês).
O centro de distribuição é um dos poucos da UNRWA que ainda operam em Gaza. A ONU diz que a pouca comida que entra no território palestino já está acabando e a situação é de fome generalizada.
Em fins de fevereiro, soldados israelenses dispararam contra outra multidão de famintos em Gaza, matando centenas de pessoas, no que ficou conhecido como "massacre da farinha".
A UNRWA diz que desde o início dos ataques à Gaza, mais de 400 pessoas foram mortas por Israel enquanto buscavam refúgio em suas instalações, incluindo 150 de seus funcionários. O governo israelense acusa a agência de conivência com o ataque do Hamas de 7 de outubro, que deflagrou o atual massacre.
A agência nega as acusações e disse que sempre informa aos militares de Israel as coordenadas precisas de onde distribuirá comida ou dos estoques, incluindo o armazém atingido em Rafah.
Aprovação
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse que a invasão de Rafah é iminente. A cidade recebeu mais de um milhão de palestinos que foram obrigados a deixar suas casas em outras partes do território palestino, e a comunidade internacional vem alertando contra a invasão pelo alto número de civis que devem ser mortos.
Já o presidente egípcio, Abdul Fattah Al-Sisi, criticou os planos de ataque a Rafah, dizendo que Israel tem dever de proteger civis. O Egito, no entanto, vem construindo um muro nas proximidades da fronteira com Gaza, para impedir um grande fluxo de refugiados palestinos.
Nesta quarta, o parlamento de Israel aprovou o orçamento para 2024, com um acréscimo de dezenas de bilhões de dólares, garantindo financiamento para a continuidade do massacre pelo resto do ano.
Abaixo, imagens da destruição causada por ataques de Israel em Khanyounis, na Faixa de Gaza
Parabéns
No outro território palestino ocupado por Israel, a Cisjordânia, ataques mataram ao menos quatro pessoas, incluindo duas crianças.
Um menino de 13 anos foi morto na noite de terça em um campo de refugiados de Jerusalém Oriental, acusado de disparar fogos de artifício contra soldados israelenses.Mas imagens do incidente conferidas pela TV Al Jazeera confirmaram relatos de que o menino mirou o rojão para cima.
O ministro da Segurança Nacional, Ben-Gvir, postou na rede X, antigo Twitter, que "saúda o guerreiro que matou o terrorista".
*Com Al Jazeera
Edição: Rodrigo Durão Coelho