Cerca de 10 mil indígenas se inscreveram para o Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), de acordo com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, responsável pela elaboração do CNPU.
Para a pasta, trata-se de “um marco na busca por uma política indigenista mais inclusiva e representativa”. É a primeira vez que um concurso público traz cotas de vagas para indígenas. No total, 9.339 indígenas se inscreveram e estão concorrendo às vagas da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). A maior parte, 6.641, é para vagas de nível médio e 2.698 para vagas de nível superior. Ao todo, são 502 vagas para a Funai, sendo 30% destinadas a indígenas.
“A procura dos povos indígenas nos surpreendeu positivamente”, relatou o secretário de Gestão de Pessoas do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, José Celso Cardoso. “Esse é um movimento legal que não apenas reconhece a importância da inclusão dos povos originários, mas também reflete um compromisso real em garantir sua participação ativa na construção e implementação das políticas voltadas para suas comunidades”, destacou o secretário.
“A reserva de vagas para indígenas no CPNU representa um passo crucial na busca por uma sociedade mais justa e inclusiva. Ao abrir espaço para que os povos originários participem ativamente na gestão e formulação de políticas que lhes dizem respeito, o país reafirma seu compromisso com a valorização da diversidade e o respeito aos direitos humanos fundamentais”, finalizou José Celso Cardoso.
O edital do CNPU prevê uma análise da documentação comprobatória do pertencimento étnico dos candidatos indígenas, como será feito também no caso das Pessoas com Deficiência (PcDs). Esses documentos foram enviados pelos candidatos no momento da inscrição.
Os candidatos que concorrem às vagas reservadas a pessoas negras, por sua vez, vão passar pelo procedimento de heteroidentificação, que será realizado após as provas objetivas e a aprovação na prova discursiva.
Edição: Vivian Virissimo