O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu uma moção da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) pelo "fim imediato do genocídio em Gaza" nesta sexta-feira (1). "A tragédia humanitária em Gaza requer de todos nós a capacidade de dizer um basta para a punição coletiva que o governo de Israel impõe ao povo palestino. As pessoas estão morrendo na fila para obter comida. A indiferença da comunidade internacional é chocante", disse Lula na 8ª Cúpula da Celac.
O presidente brasileiro também fez um apelo aos cinco membros do Conselho de Segurança da ONU para que "ponham fim a essa matança", e classificou como uma "carnificina" os ataques israelenses contra a população palestina em Gaza.
"Quero pedir ao cinco membros permanentes do Conselho no Conselho de Segurança da ONU que deixem de lado suas diferenças e ponham fim a esta matança. Já são mais de 30 mil mortos, 80% de mulheres e 8 mil crianças. Além da quantidade de criança e de mulher desaparecida. Também a vida dos reféns do Hamas estão em jogo e é preciso libertá-los. Eu quero terminar dizendo para vocês que a nossa dignidade e humanidade estão em jogo. Por isso, é preciso parar a carnificina em nome da sobrevivência da humanidade, a gente precisa de muito humanismo."
Agenda bilateral
Durante o dia, Lula terá reuniões com o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, o presidente da Bolívia, Luis Arce, e o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
A reunião com o líder venezuelano deve ser marcada pela preocupação brasileira em torno da disputa por Essequibo e pelas eleições do país em 2024.
No encontro com Petro deve discutir a situação da faixa de Gaza. Tanto Lula quanto Petro têm chamado a atuação de Tel Aviv na região de "genocídio". Na quinta-feira, a Colômbia suspendeu a compra de equipamentos de defesa de Israel depois que soldados israelenses dispararam contra palestinos que se reuniram na Cidade de Gaza para receber ajuda humanitária. Mais de cem pessoas morreram no ataque.
Viagem ao Caribe
O presidente esteve na Guiana na quarta-feira para participar do encerramento da 46ª Conferência de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe (Caricom). Lula foi um dos convidados especiais, já que o Brasil não é integrante do grupo, que tem 15 países membros e 5 associados.
Em seu discurso, o presidente focou na integração regional, falou sobre a perspectiva de cooperação com a Guiana em diferentes áreas e voltou a chamar o massacre de palestinos conduzido por Israel na faixa de Gaza de "genocídio".
No dia seguinte, o brasileiro teve uma reunião bilateral com o presidente da Guiana, Irfaan Ali. No encontro, Lula pediu paz na região, em referência à disputa entre Venezuela e Guiana por Essequibo, e disse que agradeceria o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves, por participar das conversas entre os dois países.
Depois de cumprir agenda na Guiana, o petista embarcou para São Vicente e Granadinas para participar da 8ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). O Brasil foi um dos fundadores do grupo em 2011, mas deixou a Celac durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Assim que assumiu a presidência, Lula fez questões de voltar ao bloco.
Edição: Matheus Alves de Almeida