Fenaj, ABI e SJSP

Entidades acionam STF para saber quais jornalistas foram espionados por 'Abin paralela' de Bolsonaro

Esquema criminoso foi revelado em operação da Polícia Federal em janeiro

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Jornalistas querem saber quais profissionais foram investigados pelo bolsonarismo e por que motivos - Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Entidades de classe que representam os jornalistas acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) para terem acesso à lista de profissionais da área que foram espionados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), no esquema que ficou conhecido como "Abin paralela".

Em documento protocolado na última sexta-feira (23), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) pediram ao Supremo o acesso às informações em busca de reparação, destacando, além da proteção da intimidade, possível violação do sigilo da fonte, um direito constitucional.

"A proteção às prerrogativas dos profissionais de comunicação, tais como o sigilo da fonte, deve ser uma garantia do direito de liberdade de imprensa, pilar fundamental do Estado Democrático de Direito e condição necessária para o exercício de uma cidadania ativa e engajada. Afinal, para que as informações verossímeis possam circular em plenitude, é necessário que a imprensa possa exercer seu trabalho com segurança", apontam as entidades.

Ao apresentarem o pedido, Fenaj, ABI e SJSP mostraram reportagens que destacam que jornalistas estavam entre as pessoas espionadas ilegalmente e lembraram que os profissionais de imprensa estiveram entre as principais vítimas das agressões de Bolsonaro, especialmente entre 2019 e 2022, quando ele ocupou a presidência da República.

"Durante os seus quatro anos de governo, o principal agressor aos jornalistas foi justamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, que atacou pessoalmente a imprensa e ainda incentivou seus apoiadores a também se tornarem agressores. De 2019 a 2022, Bolsonaro realizou 570 ataques a veículos de comunicação e aos jornalistas, numa média de 142,5 agressões por ano, ou seja, um episódio de ataque a cada dois dias e meio", destaca o documento, que pode ser lido na íntegra clicando aqui.

O pedido dos jornalistas se soma a uma solicitação semelhante feita pelo presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que solicitou a lista de parlamentares monitorados ilegalmente pelo bolsonarismo.

Edição: Nicolau Soares