Após meses de flerte envergonhado, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) parece ter dado o passo definitivo em direção ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para forjar uma aliança com a extrema direita e disputar a eleição à Prefeitura de São Paulo, que ocorrerá em outubro deste ano.
Neste domingo (25), Nunes esteve no ato pró-Bolsonaro, que aconteceu na avenida Paulista, na região central de São Paulo. No entanto, parece que não assumiu o bolsonarismo com todo o coração: em suas redes sociais, o prefeito divulgou fotos apenas com os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo.
Antes de ir para a manifestação, Bolsonaro recebeu Nunes no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, onde está hospedado. Os dois se encontraram brevemente, amparados por Tarcísio de Freitas, que deve ser cabo eleitoral do atual prefeito, na busca da reeleição.
“Agora não tem mais volta, o Nunes vai radicalizar seu discurso, ele está desesperado. A ida da Marta Suplicy desestabilizou sua campanha, ela era uma aliada com a qual contava e agora tem um grande problema nas mãos. Se ele não radicaliza, pode chegar muito fraco em um eventual segundo turno”, alerta o cientista política Rudá Ricci.
Dinheiro público
A vereadora de São Paulo Luana Alves (PSOL) e a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), acionaram o Ministério Público Estadual (MPE) contra Ricardo Nunes, neste domingo.
As parlamentares provocaram o MPE para saber se a prefeitura do município utilizou recursos públicos para a ida do prefeito ao ato pró-Bolsonaro. De acordo com Luana Alves e Sâmia Bomfim, houve uso do aparato da cidade, para que Nunes estivesse no local, como carro oficial, segurança pública e outros possíveis recursos públicos utilizados.
“Este mandato pugna pela intervenção do Ministério Público com o fito de verificar se a participação do Chefe do Poder Executivo Municipal [Ricardo Nunes] teve o uso de aparatos públicos ou recurso público investido, bem como se houve alguma participação (...) em algum ato ilícito, ou que seja objeto de investigação criminal pela Polícia Federal”, explicam as parlamentares na ação protocolada no MP.
Edição: Rodrigo Durão Coelho