A Polícia Federal contestou o influenciador de extrema direita português Sérgio Tavares que disse ter sido barrado no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Ele, que está no Brasil para acompanhar o ato bolsonarista deste domingo (25), na Avenida Paulista, afirmou que teve a documentação retida no terminal aéreo e associou o procedimento aos seus posicionamentos políticos e ideológicos.
Segundo a polícia, esta versão é falsa. Em nota enviada ao Brasil de Fato, a corporação afirma que trata-se de "procedimento padrão" e que Tavares foi abordado "para avaliar a situação do indivíduo, verificando se ele está no país a turismo ou a trabalho e por quanto tempo pretende permanecer no país, seguindo o protocolo regular de admissão de estrangeiros". A PF informou ainda que o português não apresentou o visto de trabalho, que seria o adequado para entrar no Brasil, uma vez que o objetivo da viagem seria fazer a "cobertura fotográfica de um evento".
Tavares publicou um vídeo nas redes sociais em que relata que foi o único passageiro retido pelas autoridades brasileiras. Em outra publicação, ele afirmou que ficou retido por quatro horas e que foi questionado sobre o posicionamento dele respeito do ministro Alexandre de Moraes, Flávio Dino, os atos golpistas do oito de janeiro e vacinas.
Com relação ao conteúdo do depoimento, a nota da polícia explica que "o estrangeiro foi indagado sobre comentários que fez sobre a democracia no Brasil, afirmando que o país vive uma "ditadura do Judiciário", além de outras afirmações na mesma linha, postadas em suas redes sociais".
Por fim, a PF explicou que o procedimento aplicado ao caso do influenciador Sérgio Tavares são medidas "adotadas por padrão na grande maioria dos aeroportos internacionais". Após a checagem, o português foi liberado.
Tavares desembarcou no Brasil, neste domingo (25), para participar do ato organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, em São Paulo. O português publicou na rede social X que estaria vindo ao Brasil para, segundo ele, "mostrar um gigantesco grito de revolta do povo brasileiro contra a ditadura em que o país mergulhou" e, em seguida, participar de uma audiência pública no Senado, na segunda-feira (26),"para denunciar ao mundo a atrocidade da vacinação obrigatória contra a covid em bebês e crianças, durante a audiência pública".
Sérgio é classificado como um influenciador de extrema direita e defende, em Portugal, pautas similares às de Bolsonaro aqui no Brasil, como o combate à chamada "ideologia de gênero", o ataque às esquerdas e o negacionismo com relação às vacinas.
No início deste mês, ele entrevistou ao vivo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Na transmissão, Bolsonaro voltou a atacar as instituições e a democracia brasileira, ao afirmar que "o país vive uma ditadura" e acusar o Tribunal Superior Eleitoral(TSE) de perseguir parlamentares conservadores.
Edição: Geisa Marques