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Prefeitura de São Paulo pagou R$ 2 mi para criação de camarote open bar para crianças e adolescentes

O projeto apresentado pela empresa Top foi aprovado em três dias, apesar de parecer contrário da Cultura

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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A acusação feita por Nabil Bonduki, ex-secretário municipal de Cultura em São Paulo, em suas redes sociais, neste domingo (11) - Wilson Dias/Agência Brasil

A Prefeitura de São Paulo, sob gestão de Ricardo Nunes (MDB), pagou R$ 2,1 milhões ao Grupo Top, em parcela única, para que crianças e adolescentes tivessem um espaço do município para formação durante os dias do desfile das escolas de samba no Carnaval, no Sambódromo do Anhembi.

A empresa afirmou, no pedido de licitação, que o público do projeto foi destinado para crianças entre cinco e 13 anos de idade, da Escola Municipal de Iniciação Artística (EMIA), e a partir de 14 anos, da Rede DaOra.

No entanto, o dinheiro foi utilizado para a criação de um camarote open bar. O contrato foi firmado sem licitação e com parecer contrário da Procuradora. No bar do camarote tinha caipirinha, cerveja, gin, mojito, refrigerante, água e suco. O contrato também previu 25 ingressos por dia, somando 100 ingressos, com R$ 350 de consumação em cada cartão, por dia e não cumulativo para os demais dias.  

A empresa Top protocolou o pedido de patrocínio em 12 de janeiro deste ano, diretamente no gabinete da Secretaria de Cultura. Três dias depois, o projeto foi analisado e aprovado, a despeito do parecer contrário da própria pasta. 

A acusação foi feita por Nabil Bonduki, ex-secretário municipal de Cultura em São Paulo, em suas redes sociais, neste domingo (11). O arquiteto afirmou que entrará com uma representação no Ministério Público para investigar “esse e outros absurdos promovidos pela prefeitura na gestão do Carnaval”. 

“Esse parecer foi ignorado pelo servidor designado para realizar a contratação que deu continuidade. Ente as justificativas para o gasto constam que o local seria usado como espaço de formação dos jovens dos programas EMIA e Rede daOra. Todavia em uma rápida consulta sobre os programas fica claro que eles são para crianças e adolescentes. Qual a necessidade de um camarote open bar para menores de idade?”, questionou Bonduki.  

Questionada, a prefeitura de São Paulo respondeu que "nega estar pagando camarote com bebidas para jovens e adolescentes. A SMC (Secretaria Municipal de Cultura) esclarece que o Camarote da Cultura foi uma iniciativa sociocultural que deu oportunidade para que alunos dos programas de formação pudessem ter a chance de cobrir os ensaios do Carnaval 2024. No evento, os menores de idade foram devidamente identificados e não puderam consumir bebidas alcoólicas.

O Brasil de Fato pediu um posicionamento para o Grupo TOP sobre o caso. Ainda não houve retorno. O espaço está aberto para pronunciamentos. 

 

Edição: Rodrigo Durão Coelho