O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (29) a retomada de sanções contra a Venezuela. Segundo comunicado do órgão, a primeira empresa atingida foi a mineradora Minerven. Qualquer companhia dos EUA tem até 13 de fevereiro para encerrar os negócios com a estatal venezuelana.
A medida foi anunciada 3 dias depois de o TSJ (Tribunal Supremo de Justiça) confirmar a inabilitação da opositora María Corina Machado por 15 anos. Com isso, a opositora não poderá concorrer às eleições de 2024.
Durante o final de semana, os Estados Unidos já haviam ameaçado retomar as sanções por conta das decisões da Justiça venezuelana. Em publicação na rede social X, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, havia dito no sábado (27) que o país começou a rever os alívios à Venezuela depois do anúncio do TSJ.
::O que está acontecendo na Venezuela::
Ainda de acordo com o governo estadunidense, os alívios ao setor de petróleo de gás na Venezuela só serão renovados em abril se o governo venezuelano “cumprir com seus acordos”.
O Ministério das Relações Exteriores publicou uma nota chamando a decisão dos EUA de “tentativa de chantagem e intromissão em questões internas” e que busca impor o “golpismo” na Venezuela.
A vice-presidente, Delcy Rodríguez, afirmou que, se as sanções forem restituídas a partir de 13 de fevereiro, a Venezuela não receberá mais voos de deportação que venham dos EUA.
Queda das sanções
O alívio às sanções dos EUA sobre os setores de petróleo, gás e ouro foram anunciados por Washington como uma resposta ao acordo de Barbados assinado entre governo e oposição venezuelanos, que definiu o período para a realização das eleições presidenciais venezuelanas e estabelece outras regras sobre o pleito.
Com caráter temporário, as medidas de alívio também envolvem negociações de títulos nacionais no mercado de ações e permissões à companhia aérea estatal venezuelana Conviasa, que foi liberada para voar aos EUA em missões de repatriação de migrantes.
A Casa Branca começou a negociar a queda das sanções com Caracas depois de enfrentar problemas na demanda por combustíveis, mas exigiu um cronograma eleitoral para a derrubada das sanções.
Edição: Rodrigo Durão Coelho
