terra sagrada

Terreiro Sol do Oriente de Goiás repudia ataque ao povo Pataxó Hã-hã-hãe e pede união das religiões afro-brasileiras em defesa dos povos indígenas

Agressão resultou na morte da Majé Nega Pataxó, em conflito com fazendeiros no sul da Bahia

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Indígenas do povo Pataxó Hã-Hã-Hãe foram atacados no território tradicional Caramuru-Catarina Paraguassu - Reprodução/Redes Sociais

O terreiro Sol do Oriente, que fica em Águas Lindas de Goiás (GO), repudiou os ataques frequentes contra povos indígenas no Brasil, especialmente o ocorrido no último domingo (21), que resultou na morte da Majé Maria de Fátima Muniz de Andrade, conhecida como Nega Pataxó. 

Segundo nota divulgada pelo terreiro liderado pela Yalorixá Mãe Beth de Iansã, posicionar-se frente à situação “é necessário”. “É de nossa doutrina a compreensão de que os povos indígenas são guardadores da ancestralidade e da natureza, fundamentos essenciais do culto aos orixás e entidades protetoras que se fazem presentes em nossos corpos e terreiros”, afirma.

O crime aconteceu no município de Potiraguá, sudoeste da Bahia. Um grupo de indígenas do povo Pataxó Hã-Hã-Hãe, que estavam na posse de parte do território tradicional Caramuru-Catarina Paraguassu, foram atacados por um grupo de supostos fazendeiros e pistoleiros fortemente armados. Além da morte de Nega Pataxó, outras pessoas, entre elas o cacique Nailton Muniz, ficaram feridas e foram hospitalizadas.

A nota ressalta que este não é um caso isolado e citou que somente no estado da Bahia, já foram contabilizados oito ataques a povos indígenas, que incluem assassinatos, ameaças e depredações ao território. O texto afirma que nos outros estados do país, também há denúncias de ameaças aos povos originários, oriundos “principalmente de grileiros de terra, madeireiros e especuladores”. 

De acordo com o grupo, essa crescente violência é “consequência nítida” da tese do marco temporal, “que desrespeita a Constituição Federal, os direitos dos povos indígenas e tem impulsionado tentativas truculentas de expulsão de indígenas de seus territórios".

O terreiro Sol do Oriente pediu a soma de esforços entre as religiões afro-ameríndias-brasileiras em defesa da vida e da “terra sagrada” dos povos indígenas, além de exigir do poder público justiça contra “quem usa de violência”, bem como “políticas efetivas” de defesa dos povos originários e de seus territórios. 

Fonte: BdF Distrito Federal

Edição: Flávia Quirino