O presidente da Argentina, Javier Milei, convocou uma reunião geral de ministros horas depois de 1,5 milhão de pessoas se manifestarem contra as reformas neoliberais que seu governo pretende aprovar no congresso argentino. Na capital, Buenos Aires, cerca de 600 mil pessoas foram às ruas. Uma greve geral foi realizada por 12 horas.
A reunião de Milei com seus ministros estava marcada para esta manhã. Enquanto eles se reúnem, políticos argentinos criticam o novo governo. O governador da província de Entre Ríos, Rogelio Frigerio, disse que o governo Milei é “muito fraco” para aprovar seus projetos.
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Considerando isso, o congresso argentino adiou a votação do projeto da chamada “lei ônibus”. O projeto contém uma série de reformas econômicas. A votação estava programada para esta quinta-feira (25). Mudou para terça-feira (30).
Movimentos populares argentinos já cogitam uma nova greve geral para o mesmo dia. "Na próxima terça, diante da sessão marcada pela Câmara dos Deputados, a CGT [Confederação Geral do Trabalho, maior central sindical da Argentina] deve convocar uma nova greve, que deve ser de 24 horas e com mobilização", postou no X o deputado Gabriel Solano, do Partido dos Trabalhadores.
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A lei ônibus foi enviada à Câmara dos Deputados da Argentina no dia 3 de janeiro. Solicita ao Congresso que declare emergência pública em questões econômicas, financeiras, fiscais, de seguridade social, segurança, defesa, tarifas, energia, saúde, administrativas e sociais até o fim de 2025.
Após críticas de oposicionistas, o governo alterou o projeto e decidiu apresentar outro projeto para mudar a cobrança do Imposto de Renda sobre os salários dos trabalhadores. O objetivo é passar a cobrar imposto daqueles que recebem um salário mensal a partir de 1,35 milhão de pesos brutos (cerca de R$ 8,1 mil).
Dessa forma, cerca de 800 mil pessoas que haviam deixado de pagar o imposto no final do ano passado voltariam a pagá-lo. Atualmente, apenas são tributados os salários brutos superiores a 1,98 milhão de pesos (cerca de R$ 11,9 mil).
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O peronista Sergio Massa, candidato derrotado por Milei, criticou o projeto. O próprio Milei, quando era deputado, havia apoiado a reforma que eliminou a cobrança de imposto para essa faixa de trabalhadores — reforma de autoria de Massa, então ministro da Economia.
Edição: Rodrigo Chagas