O desmatamento em áreas protegidas da Amazônia no ano passado foi 73% menor do que em 2022. A devastação entre um ano e outro nesses territórios caiu de 1.431 km² para 386 km² em 2023, quase quatro vezes menos. A taxa foi a menor registrada em 9 anos nessa categoria de território.
Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon e foram divulgados nesta terça-feira (23) em relatório do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD).
As áreas protegidas subdividem-se em Terras Indígenas e Unidades de Conservação (UC), que juntas ocupam cerca de 44% da Amazônia. A criação de novas delas e a proteção das já existentes é considerada pelo Imazon como uma das estratégias mais efetivas para coibir o desmatamento.
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“Essa redução expressiva do desmatamento em áreas protegidas é muito positiva, pois são territórios que precisam ter prioridade nas ações de combate à derrubada”, diz Carlos Souza Jr., coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon.
“Na maioria das vezes, a devastação dentro de terras indígenas e unidades de conservação significa invasões ilegais que levam a conflitos com os povos e comunidades tradicionais que residem nesses territórios”, prossegue o pesquisador.
Redução geral de 62% no desmate
O Instituto também divulgou a taxa de desmatamento geral, fora e dentro de áreas protegidas. Foi a menor dos últimos cinco anos, voltando aos patamares pré-Bolsonaro.
De janeiro a dezembro de 2023, a área desmatada no bioma foi reduzida em 62%. 4.030 km² foram desmatados no passado, número ainda alto, mas quase três vezes menor do que em 2022.
Como pontos negativos, o Imazon ressalta a derrubada de cerca de 1,1 mil campos de futebol por dia e a degradação da vegetação nativa, que está em alta. Diferente do desmatamento, essa modalidade de destruição não abre clareiras na mata, provocando um dano menos perceptível. Em dezembro, por exemplo, a área de degradação foi 10 vezes maior do que a desmatada.
Desmatamento caiu mais nas terras da União
O Imazon também comparou as reduções no desmatamento entre áreas protegidas dos governos federal e estaduais. Nas terras da União, o desmate caiu 79%; nas pertencentes os estados, 75%.
“Todas as 10 UCs mais desmatadas da Amazônia em 2023 foram territórios onde a derrubada teve redução”, observa a pesquisadora Larissa Amorim, coordenadora do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon.
“A maior área destruída em um território indígena no ano passado foi registrada na terra Apyterewa, onde foram desmatados 13 km². Apesar de ocupar o topo do ranking, o local teve uma redução de 85% na devastação, pois em 2022 havia perdido 88 km² de floresta. Em outubro, o local recebeu uma operação de desintrusão para remoção de invasores ilegais”, apontou o Imazon.
Edição: Matheus Alves de Almeida