O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), informou que não irá participar do ato "Democracia Inabalada", previsto para a tarde desta segunda-feira (8), no Congresso Nacional, para relembrar a resistência dos três Poderes diante dos ataques extremistas ocorridos em Brasília (DF) um ano atrás. Por meio de sua assessoria de imprensa, o pepista alegou "problemas de saúde na família". Ele se manifestou sobre o tema do evento por meio de suas redes sociais.
"Há um ano as sedes dos três Poderes da República foram atacadas e depredadas num ato de violência que merece ser permanentemente repudiado. Todos os responsáveis devem ser punidos com o rigor da lei, dentro do devido processo legal. A liberdade de manifestação e o direito fundamental de protestar jamais podem se converter em violência e destruição. Devemos sempre celebrar a democracia e cuidar do futuro de nosso país", disse Lira, via X (antigo Twitter).
O presidente também evidenciou o que considera ter sido o papel da Câmara no último ano. "A Câmara dos Deputados, casa dos representantes do povo e expressão significativa de nosso regime democrático, tem dado o exemplo em prol do Brasil e dos mais caros valores consagrados em nossa Constituição Federal. Diálogo, busca pela formação de consensos e respeito ao dissenso e às minorias foram as marcas de um ano histórico, em que a Câmara dos Deputados cumpriu sua missão constitucional de legislar."
Dando sequência ao raciocínio, Lira disse que a instituição "aprovou marcos normativos relevantes, que permitirão ao Brasil dar um salto para o futuro, tais como o arcabouço fiscal, a reforma tributária, o marco legal do crédito de carbono e a pauta verde. Todos esses avanços são a prova viva de que a democracia, exercida por cada um dos três Poderes nos termos delimitados pela Constituição, é o único caminho possível para o desenvolvimento, a prosperidade, a geração de emprego e renda e o bem-estar dos brasileiros e brasileiras".
Organizado pela Presidência da República em parceria com o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), o ato desta segunda-feira vai reunir as principais autoridades da República. Confirmaram presença o presidente Lula (PT); o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin; o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); o presidente do STF, Luís Roberto Barroso; a ex-presidenta da Corte Rosa Weber; o atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre Moraes; e o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Também devem marcar presença no evento deputados, senadores, ministros do governo Lula e seus respectivos secretários-executivos, além de presidentes de estatais e lideranças da sociedade civil organizada. No rol deste último segmento está Aline Sousa, integrante do Movimento dos Catadores do Distrito Federal (DF) e responsável pela entrega da faixa presidencial a Lula em 1º de janeiro de 2023, durante a posse.
Ausências
Apesar da extensa lista de participantes esperados no plenário do Senado nesta segunda-feira, algumas baixas já estão previstas desde os últimos dias. O governador do DF, Ibaneis (MDB), por exemplo, não irá comparecer. Além de ter sido afastado do cargo por mais de um mês após os ataques de 8 de janeiro por conta da inação das forças de segurança do DF durante as invasões aos três Poderes, o emedebista viveu nos últimos dias um embate público com o presidente Lula. Depois de o petista acusar Ibaneis de ter sido "conivente" e indicar que teria havido um suposto "pacto" entre o governador, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e as polícias para favorecer os ataques, o emedebista disse, em entrevista ao jornal Estadão, que as declarações de Lula seriam "vazias" e que não há "fundamento nos fatos".
Além de Ibaneis, também não devem comparecer os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina. Ambos são opositores de Lula. O primeiro está de férias na Europa e o segundo alegou compromisso estadual no horário do evento. O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), é outra ausência confirmada. Ele disse que esta semana estaria envolvido em "entregas e assinaturas de ordens de serviços de obras" no estado.
O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), alegou que estaria se deslocando para uma viagem à China e não deve vir a Brasília. Também não devem comparecer os governadores Ratinho Jr. [Paraná], Mauro Mendes [Mato Grosso] e Ronaldo Caiado [Goiás]. Este último argumentou que passa por um check-up médico relacionado à cirurgia que fez no coração cerca de um ano atrás. Já o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que ainda não havia confirmado presença e vinha sendo apontado como possível ausência, estaria se programando para comparecer ao Congresso, segundo informações publicadas nesta segunda pelo jornal Estado de Minas.
Edição: Nicolau Soares