Ao traçar um paralelo entre os incessantes ataques de Israel à Faixa de Gaza com as atrocidades do nazismo ao povo judeu, o presidente da Turquia comparou o primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ao líder nazista Adolf Hitler, como forma de ironizar o apoio dado pelos governos dos Estados Unidos e da União Europeia ao regime de Tel Aviv.
"Eles (líderes políticos do Ocidente) costumavam falar mal de Hitler. Que diferença você tem de Hitler? Eles vão nos fazer sentir falta de Hitler. O que esse Netanyahu está fazendo é menos do que o que Hitler fez? Não é. Ele é mais rico do que Hitler e recebe o apoio do Ocidente. Todo tipo de apoio vem dos Estados Unidos. E o que eles fizeram com todo esse apoio? Mataram mais de 20 mil habitantes de Gaza", foram as declarações de Recep Tayyip Erdogan nesta quarta-feira (27/12).
Durante a cerimônia de entrega de prêmios científicos em Ancara, o líder turco reiterou as suas críticas contra os países ocidentais que seguem apoiando Israel e disse que a Turquia estava pronta para acolher acadêmicos e cientistas que enfrentassem perseguições devido às suas opiniões sobre o conflito em Gaza.
Por outro lado, Netanyahu não ficou em silêncio e denunciou os comentários do presidente turco, afirmando que ele é “o último que pode pregar a moralidade”.
Pela plataforma X, o premiê israelense condenou as declarações de Erdogan, acusando-o de cometer um “genocídio contra os curdos” e que “detém um recorde mundial de prisão de jornalistas que se opõem ao seu governo”.
Além disso, voltou a defender que as Forças de Defesa de Israel (IDF) são um “exército moral” e que lutam para “eliminar a organização terrorista mais abominável e brutal do mundo”.
Além do pronunciamento de Netanyahu, Benny Gantz, ministro do gabinete de guerra israelense, também fez comentários em relação às posições manifestadas pelo presidente turco, classificando-as como “distorções flagrantes da realidade e uma profanação da memória do Holocausto”.
“O Hamas foi a organização que perpetrou um massacre desprezível. Remover a ameaça do Hamas dos cidadãos de Israel é uma necessidade existencial e um imperativo moral sem paralelo”, escreveu Gantz, também na plataforma X.
No evento desta quarta-feira (27/12), o presidente da Turquia reforçou suas denúncias contra a violência israelense e o número de mortes palestinas, principalmente de crianças e mulheres. Erdogan afirmou que, desde 7 de outubro, as hostilidades em Gaza funcionaram como “um teste decisivo” que deixaram claro quem procurava explorar “os direitos humanos e a dignidade”.
Em seguida, criticou aqueles que “atuam como apóstolos da democracia”, incluindo o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), as organizações internacionais de comunicação social e a União Europeia: “fracassaram nesta crise”.