A Rússia formalizou um pedido à Organização das Nações Unidas para a convocação de uma "conferência internacional" que seja capaz de resolver os ataques de Israel contra o povo palestino na Faixa de Gaza. A proposta inclui os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, a Liga Árabe, a Organização da Conferência Islâmica e o Conselho de Cooperação do Golfo.
"Espero que o secretário-geral da ONU, António Guterres, seja capaz de tomar tal iniciativa", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, nesta quarta-feira (13/12).
O pedido é feito um dia após a Assembleia Geral aprovar a resolução que pede um cessar-fogo humanitário imediato na Faixa de Gaza. O texto desta vez, que continha pautas semelhantes ao documento apresentado na semana passada pelo Conselho de Segurança, e que foi rejeitado pelo voto único de Washington, contou com 153 votos a favor, incluindo o do Brasil, 10 contrários e 23 abstenções.
"Os Estados Unidos têm total responsabilidade por cada vítima do conflito em Gaza, depois de vetarem um pedido de cessar-fogo", criticou Vasily Nebenzya com relação ao posicionamento norte-americano em todas as votações, representante russo na ONU, na terça-feira (12/12).
De acordo com a resolução apresentada na assembleia pelo Egito e pela Mauritânia, a Assembleia Geral da ONU exige, além do cessar-fogo imediato como prioridade, a libertação imediata e incondicional de todos os reféns, o fornecimento de acesso humanitário e o cumprimento do direito humanitário internacional entre as nações em conflito.
Ainda segundo o diplomata russo, "ao vetar o pedido de cessar-fogo, o lado norte-americano praticamente deu uma licença para matar”.
União Europeia à favor de sanções contra israelenses
Em uma linha semelhante, a União Europeia também se demonstrou favorável à aplicação de sanções contra os "autores dos ataques na Cisjordânia", ao afirmar que os colonos israelenses "devem ser responsabilizados pelas suas ações".
"O aumento da violência por parte dos colonos extremistas está infligindo um enorme sofrimento aos palestinos, e põe em risco as possibilidades de alcançar uma paz duradoura", explicou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em discurso no plenário do Parlamento do bloco.
Von der Leyen destacou que "esta violência não tem nada a ver com a luta contra o Hamas e deve parar", manifestando preocupação de que o conflito se espalhe ainda mais.
A representante retomou as críticas as ações dos grupos Hamas, Hezbollah e Houthis classificando-as como "perigosas", mas deixou claro que a prioridade, em sua avaliação, é impedir a escalada da situação: “Devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para acabar com esta guerra”.