Parte da mina 18 da Braskem, em Alagoas, rompeu no começo da tarde deste domingo (10). Câmeras de monitoramento registraram o colapso da mina por volta das 13h15, na lagoa Mundaú, no bairro do Mutange.
A Defesa Civil afirma que está monitorando o local e garante que a região estava desocupada, por isso, não foram registrados feridos. O órgão havia emitido um boletim na noite de sábado (9), que mostrava o aceleramento do colapso do solo, que afundava 0,54 cm por hora.
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Entre sexta e sábado, o movimento do solo foi de quase 13 cm. Esse já é considerado o maior crime ambiental em solo urbano em curso no Brasil e atinge 20% do território de Maceió (AL).
Esta é apenas uma das 35 minas de exploração de sal-gema feitas pela Braskem no município. A área que pode colapsar tem cerca de 78 metros e é três vezes maior que o perímetro da mina 18, que se rompeu neste domingo.
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Na última semana, por decisão judicial, 23 imóveis foram incluídos no mapa de risco da Defesa Civil de Maceió. O mapa, no entanto, ainda não abarca todas as famílias atingidas. Até o momento, cerca de 60 mil pessoas já deixaram suas casas desde 2018, quando foram relatados os primeiros casos de afundamento do solo.
Questionada, a Braskem afirmou por meio de nota que "às 13h15 deste domingo, câmeras que monitoram o entorno da cavidade 18 registraram movimento atípico de água na lagoa Mundaú, no trecho sobre esta cavidade, indicando movimento no solo da lagoa (potencial colapso). Toda a área, que vem sendo monitorada nos últimos dias, já estava isolada. Movimento semelhante ocorreu por volta das 13h45. O sistema de monitoramento de solo captou a movimentação por meio de DGPS instalado próximo a região. As autoridades foram imediatamente comunicadas, e a Braskem segue colaborando com elas."
Edição: José Eduardo Bernardes