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Gaza: Lula defende criação de Estado palestino como 'única solução possível'; fechamento de embaixada em Israel é aprovado pelo Congresso da África do Sul

Lula participou de cúpula extraordinária dos Brics para tratar da situação na Faixa de Gaza

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Estratégia do governo Lula é não se afundar na encrenca, desviando de temas polêmicos como a inclusão do Hamas na lista de terroristas - Ricardo Stuckert/ PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu na manhã desta terça-feira (21) a criação de um Estado palestino, com "fronteiras seguras e mutuamente reconhecidas" como a única solução possível para a guerra em Gaza.

"O reconhecimento de um Estado palestino viável, vivendo lado a lado com Israel, com fronteiras seguras e mutuamente reconhecidas, é a única solução possível. Precisamos retomar com a maior brevidade possível o processo de paz entre Israel e Palestina", afirmou o presidente brasileiro durante cúpula extraordinária para tratar da situação na Faixa de Gaza dos Brics, bloco que reúne Brasil, Rússia, China Índia e África do Sul.

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"Não podemos esquecer que a guerra atual também decorre de décadas de frustração e injustiça, representada pela ausência de um lar seguro para o povo palestino", disse Lula. O presidente disse considerar fundamental acompanhar com atenção a situação na Cisjordânia, "onde os assentamentos ilegais israelenses continuam a ameaçar a viabilidade de um Estado palestino".

Proposta para fechar embaixada em Israel avança na África do Sul

O Congresso da África do Sul, aprovou nesta terça-feira (21) uma proposta para fechar a embaixada do país em Israel e romper relações diplomáticas.

A moção apresentada pelo partido governista Congresso Nacional Africano que pede também a suspensão de todas as relações diplomáticas até que seja alcançado um cessar-fogo, foi aprovada por 248 votos a favor e 91 votos contra. Para entrar em vigor, a medida precisa ser sancionada pelo governo do presidente Cyril Ramaphosa.

Contexto

O cerne da questão árabe-israelense é a forma como o Estado de Israel foi criado, em 1948, com inúmeros pontos não resolvidos, como a esperada criação de um Estado árabe na região da Palestina, o confisco de terras e a expulsão de palestinos que se tornaram refugiados nos países vizinhos. 

A decisão pela criação dos dois estados foi tomada no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU) e aconteceu sem a concordância de diversos países árabes, gerando ainda mais conflitos na região. 

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Ao longo das décadas seguintes, a ocupação israelense nos territórios palestinos – apoiada pelos EUA –  foi se tornando mais dura, o que estimulou a criação de movimentos de resistência. Foram inúmeras tentativas frustradas de acordos de paz e, na década de 1990, se chegou ao Tratado de Oslo, no qual Israel e a Organização para Libertação da Palestina se  reconheciam e previam o fim da ocupação militar israelense.

O acordo encontrou oposição de setores em Israel – que chegaram a matar o então premiê do país – e de grupos palestinos, como o Hamas, que iniciou sua campanha com homens-bomba. Após a saída militar israelense das terras ocupadas em Gaza, ocorreu a primeira eleição palestina, vencida pelo Hamas (2006), mas não reconhecida internacionalmente. No ano seguinte, o Hamas expulsou os moderados do grupo Fatah de Gaza e dominou a região. 

Em 7 de outubro de 2023, o Hamas lançou sua maior operação até então, invadindo o território israelense e causando o maior número de mortes da história do país, 1,4 mil, além de fazer cerca de 200 reféns. A resposta israelense vem sendo brutal, com bombardeios constantes que já causaram a morte de milhares de palestinos, além de cortar o fornecimento de água e luz, medidas consideradas desproporcionais, criticadas e rotuladas de "massacre" e "genocídio" por vários organismos internacionais.

*Com informações de Folha de S. Paulo e Al Jazeera

Edição: Leandro Melito