O presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta quarta-feira (18) que as aeronaves militares russas MiG-31 iniciarão o "patrulhamento contínuo" do espaço sobre o Mar Negro. A fala foi feita em uma coletiva de imprensa durante sua visita oficial à China.
Em particular, ele enfatizou que essas aeronaves estão armadas com sistemas de mísseis hipersônicos Kinzhal. Quando tal aeronave decola na Ucrânia, geralmente é anunciado um aviso de ataque aéreo. “Isto não é uma ameaça, o que direi agora”, alertou Putin.
De acordo com ele, as forças espaciais militares russas vão começar a patrulhar a zona neutra do espaço aéreo sobre o Mar Negro em uma base permanente
"Nossas aeronaves MiG-31 estão armadas com sistemas Kinzhal. Sabe-se que [estes sistemas] têm um alcance de mais de mil quilômetros", destacou o líder russo.
Vladimir Putin fez o anúncio em conexão com a decisão dos EUA de enviar dois porta-aviões ao Mar Mediterrâneo. De acordo com ele, Washington está interferindo cada vez mais nos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio.
"Exercitaremos controle visual, controle com armas, do que está acontecendo no Mar Mediterrâneo", disse Putin.
No último 14 de outubro, os EUA enviaram dois novos porta-aviões para o leste do Mar Mediterrâneo. De acordo com autoridades dos EUA, o motivo do envio dos porta-aviões foi o fato de que Israel se prepara para expandir as suas operações em Gaza.
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Ele também comentou sobre o fornecimento de mísseis norte-americanos ATACMS de longo alcance à Ucrânia, confirmado por Kiev e Washington na última terça-feira (17). Segundo Putin, tais fornecimentos apenas prolongarão a "agonia" da Ucrânia.
O presidente russo aproveitou o encontro com o líder Xi Jinping para afirmar que a relação entre China e Rússia tem sido fortalecida pelos conflitos e as ameaças no mundo.
“A confiança política mútua entre nossos países tem se aprofundado. A coordenação estratégica tem sido estreita e eficaz. Os volumes de comércio bilateral alcançaram um recorde. E estamos avançando rumo ao objetivo de 200 bilhões de dólares que fixamos de forma conjunta”, afirmou.
A administração dos EUA, no entanto, explicou que o porta-aviões e a força que o acompanha não estão lá para se envolver em atividades de combate em nome de Israel, mas sim para dissuadir outros de entrar no conflito, incluindo o Hezbollah.
"Não há intenção ou plano de colocar tropas americanas no terreno em Israel", disse John Kirby, coordenador de comunicações estratégicas do Conselho de Segurança Nacional.
Edição: Leandro Melito