O relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas do 8 de janeiro será apresentado pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), nesta terça-feira (17). A expectativa é que o documento seja votado pelo deputados e senadores no dia seguinte, na quarta-feira (18).
O presidente Arthur Maia (União-BA) anunciou que é esperado um pedido de vista, que terminará às 9h da quarta-feira (18). Neste dia, então, os parlamentares votam pela aprovação ou não do documento.
A expectativa é que o relatório traga a sugestão de indiciamento de autoridades e lideranças que apoiaram Jair Bolsonaro (PL) no ataque às instituições democráticas do país, como o processo eleitoral. Uma dessas pessoas deve ser o ex-ajudante de ordens do ex-presidente, o tenente-coronel Mauro Cid.
O militar foi peça-chave nas articulações de Bolsonaro na tentativa de um golpe. Em delação à Polícia Federal (PF), Mauro Cid afirmou que Bolsonaro consultou militares sobre uma minuta golpista, que previa convocação de novas eleições e prisão de adversários. Segundo o Cid, essa reunião ocorreu logo após o recebimento do plano, entregue pelo seu então assessor para assuntos internacionais, Filipe Martins.
As informações são do site Uol, que teve acesso a um dos depoimentos, divulgado em 21 de setembro. Os relatos de Cid fazem parte da delação premiada à PF, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
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Também deve haver a sugestão de indiciamento daqueles que se omitiram ou agiram para favorecer os atos bolsonaristas que culminaram na invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes, em Brasília. Além de Mauro Cid, devem constar na lista de sugestões para indiciamento o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça, Anderson Torres; e o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
Edição: Thalita Pires