O chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, declarou nesta quinta-feira (5) que o bloco não poderá compensar a ajuda financeira dos EUA à Ucrânia, caso esta seja suspensa. Ele fez um apelo para que Washington não interrompa o apoio a Kiev.
"É claro que a Europa não pode substituir os Estados Unidos. É claro que podemos fazer mais, mas os Estados Unidos são indispensáveis para ajudar a Ucrânia", disse Borrell, citado pelo portal European Pravda. A declaração foi durante a cúpula da Comunidade Política Europeia na Espanha.
Em 30 de setembro, o Congresso dos EUA conseguiu chegar a um acordo sobre um orçamento de curto prazo que permitirá à administração dos EUA trabalhar durante os próximos 45 dias antes da próxima votação.
O documento, votado nas duas casas do parlamento e assinado pelo presidente do país, Joe Biden, não prevê o financiamento para a Ucrânia. Borrell disse então que a União Europeia continuará prestando apoio ao país, bem como continuará trabalhando com Washington para manter a ajuda a Kiev.
"Espero que os ucranianos tenham esperança, e penso que qualquer pessoa que não queira que Putin ganhe esta guerra deveria procurar formas de os EUA reconsiderarem esta questão e continuarem a apoiar a Ucrânia", destacou o chefe da diplomacia europeia.
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O presidente Joe Biden prometeu que a questão da assistência adicional à Ucrânia seria resolvida em breve, mas não deu um prazo de quando isso poderia acontecer. Até agora, a sua administração não apresentou novos projetos de lei ao Congresso para apoiar o país no atual ano fiscal.
A conta orçamental de 24 bilhões de dólares, que incluía aproximadamente 4 bilhões em ajuda militar de curto prazo à Ucrânia, acabou sendo retirada do orçamento provisório.
Também presente à cúpula, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por sua vez, manifestou preocupação com o impasse dos EUA em relação à ajuda financeira a Kiev. De acordo com ele, há "um período eleitoral difícil nos EUA" com "muitas vozes discordantes" em relação ao suporte estadunidense.
A continuidade da ajuda militar e financeira dos EUA à Ucrânia sofre grande resistência interna de deputados do Partido Republicano, aliados de Donald Trump, que busca se candidatar novamente à presidência.
Edição: Leandro Melito