Ao contrário do que alega o governador bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), a paralisação desta terça-feira (3), que conta com trabalhadores e trabalhadoras de serviços públicos no estado de São Paulo, tem pautas claras: garantir os empregos e condições de trabalho do funcionalismo público e a qualidade dos serviços oferecidos à população.
Em pronunciamento à imprensa nesta terça-feira (3), o governador disse que os sindicatos "manobram os trabalhadores do transporte público estritamente por interesses políticos e ideológicos". Ignorando as constantes falhas nos ramais de transporte concedidos à iniciativa privada, ele afirmou, ainda, que o projeto de entregar os serviços públicos à iniciativa privada "não é motivo para paralisação".
Ao Brasil de Fato, o operador de trem do metrô Alex Santana, que é diretor da Federação Nacional dos Metroferroviários (Fenametro), rebateu o posicionamento do governador e lembrou que, nas próximas semanas, estão previstos pregões para conceder à iniciativa privada os serviços de manutenção e operação de estações do monotrilho da linha 15-Prata do Metrô. Ou seja, o projeto de entrega dos serviços públicos à iniciativa privada avança.
"Isso afeta diretamente o emprego dos trabalhadores, a qualidade do serviço, a precariedade do atendimento, enfim, é tudo num bolo só. Se isso não é pauta não sei o que que é pauta. O Tarcísio mente descaradamente, encaradamente tenta ganhar na mídia, mas a população está apoiando muito a categoria", destacou Santana.
A mobilização dos profissionais vai além da paralisação desta terça (3). A greve unificada é mais um passo de um movimento que conta com um plebiscito popular que busca saber a real opinião da população do estado sobre a privatização dos serviços públicos. Ainda nesta terça, em assembleia, os trabalhadores do Metrô, por exemplo, vão discutir novos rumos para a paralisação, e a prorrogação do movimento não está descartada.
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"A gente vai ter que definir qual vai ser o rumo da luta. Esse movimento agora, com essa com essa greve forte, e os apoios que a gente teve de outras categorias, movimentos e da própria população, fortalece e faz com que a gente tenha condições de dar continuidade e batalhar contra a terceirização, e consequentemente combater as concessões de privatizações de modo geral", resumiu o dirigente da Fenametro.
Edição: Rodrigo Chagas