O governo de São Paulo anunciou ponto facultativo em serviços públicos estaduais na capital do estado nesta terça-feira (3), dia de greve unificada dos trabalhadores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), do Metrô e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) contra os projetos de privatização dos serviços públicos.
Segundo comunicado divulgado nesta segunda (2) pelo governo chefiado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), terão funcionamento normal apenas serviços essenciais, como os de segurança pública e as emergências nos serviços médicos, assim como os restaurantes populares da rede Bom Prato.
Por outro lado, as aulas da rede estadual serão suspensas. Além disso, as consultas não emergenciais nos Ambulatórios Médicos de Especialidades (AME) e atendimentos nas unidades do Poupatempo nesta data não serão realizados, e terão de ser reagendados.
Ainda na tarde desta segunda, a Prefeitura de São Paulo anunciou a suspensão do rodízio de veículos nesta terça devido à greve. Com isso, carros com placas final 3 ou 4 poderão circular na cidade durante todo o dia. Entretanto, o rodízio de placas para veículos pesados (caminhões) não foi suspenso.
A prefeitura da capital paulista criou ainda uma operação especial para o transporte público por ônibus, com 100% da frota circulando na cidade. Algumas linhas vão ter o itinerário ampliado, chegando a locais mais próximos dos principais centros de comércio e serviços. Confira os detalhes clicando aqui.
Ao contrário do que vai acontecer com a rede pública estadual, as escolas e creches da rede municipal de ensino de São Paulo vão funcionar nesta terça-feira. A prefeitura decidiu manter o funcionamento delas devido à grande quantidade de crianças matriculadas em creches cujos responsáveis vão trabalhar.
Sem catraca livre
Apesar de a Justiça ter pressionado os sindicatos, determinando a manutenção dos serviços de transporte sobre trilhos com 100% do efetivo nos horários de pico e 80% nos demais períodos, as manifestações da categoria estão confirmadas.
Os trabalhadores do transporte sobre trilhos propuseram, como é hábito, a liberação das catracas – para que os passageiros viajassem sem cobrança de passagem –, mas o governo pediu, e a justiça acatou o veto a essa medida, "pelos altos riscos de tumultos e possíveis acidentes nas estações".
No caso da Sabesp, foi exigido pela Justiça o comparecimento de 85% do contingente de trabalhadores, mas, segundo o sindicato da categoria, esse número não é atingido em nenhum dia "normal" de operação, devido à grande quantidade de afastamentos causada pelo processo de sucateamento da empresa.
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Representantes dos sindicatos de trabalhadores protocolaram no governo do estado um pedido de audiência com o governador para discutir o tema. Apesar de terem recebido resposta oficial afirmando que a demanda seria avaliada, o encontro jamais foi marcado.
A greve unificada é mais um passo na luta conjunta dos grupos de trabalhadores do transporte público e do saneamento. Aliados a outras entidades, eles organizam um plebiscito popular, que tem o objetivo de ouvir 1 milhão de cidadãos sobre as propostas de privatizações. As urnas do plebiscito passarão por diversas partes do estado de São Paulo até 5 de novembro.
Edição: Geisa Marques