Funcionários e funcionárias da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) garantem que equipes de emergência estarão a postos nesta terça-feira (3), durante a greve de 24 horas da categoria contra os planos de privatização da empresa, para evitar desabastecimento em locais como hospitais, escolas ou creches.
Em caso de eventos climáticos ou acidentes que causem interrupção do fornecimento de água ou da coleta de água em regiões onde ficam esses locais sensíveis, os reparos serão feitos para evitar que haja prejuízos graves a pacientes ou crianças.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema), que representa a força de trabalho da companhia, a adesão ao movimento deve ficar próxima dos 75%. Apesar disso, as estações de tratamento seguirão funcionando – ou seja, não há previsão de interrupção do fornecimento de água. Os maiores impactos serão sentidos em setores como arrecadação e manutenção.
Em resposta ao movimento dos trabalhadores da Sabesp, o governo chefiado pelo bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) acionou a Justiça, que determinou que 85% dos funcionários atue na terça-feira. Entretanto, segundo o Sindicato, na atual conjuntura, em um dia normal de trabalho esse percentual já não é atingido, devido ao grande número de afastamentos por estafa devido ao sucateamento da companhia e, de qualquer maneira, a mobilização acontecerá.
A paralisação da Sabesp faz parte de um movimento unificado, que conta também com trabalhadores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e do Metrô. A greve é uma resposta à sanha privatista de Tarcísio, que pretende entregar à iniciativa privada as três empresas.
A ação unificada é mais um passo na luta conjunta dos grupos de trabalhadores do transporte público e do saneamento. Aliados a outras entidades, eles organizam um plebiscito popular, que tem o objetivo de ouvir 1 milhão de cidadãos sobre as propostas de privatizações. As urnas do plebiscito passarão por diversas partes do estado de São Paulo até 5 de novembro.
"O que nós temos hoje no Estado de São Paulo é um projeto, que está sendo implementado pelo governador Tarcísio, que ataca todos os serviços públicos, em especial os serviços essenciais, como água, saneamento e transporte coletivo. Então, a partir desse entendimento, como a CPTM e o Metrô de São Paulo estão no centro do ataque, nós construímos uma unidade", destacou o presidente do Sintaema, José Antonio Faggian.
No dia da paralisação, os funcionários da Sabesp realizarão um ato junto à sede da companhia no bairro da Ponte Pequena, região central da capital paulista. A adesão dos trabalhadores da empresa de saneamento ao movimento grevista foi celebrada pelas outras categorias que já tinham confirmado participação.
"A Sabesp, inclusive, é a 'menina dos olhos' do governador, visto que ele quer passar a Sabesp de conjunto para iniciativa privada, o que seria uma tragédia para o povo de São Paulo. Já temos um exemplo com o que aconteceu com a Cedae, do Rio de Janeiro, que passou a ter as contas muito caras e um serviço de péssima qualidade, e a gente não quer que isso aconteça em São Paulo. Então vamos estar juntos, o Metrô, a CPTM e a Sabesp, na greve do dia 3", destacou Bernardo Lima, diretor do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
Edição: Geisa Marques