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Governo colombiano e dissidentes das Farc retomam diálogo e anunciam novo cessar-fogo

A trégua entre as partes deve ser oficializada em encontro marcado para o próximo dia 17, na Colômbia

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Membro dissidente das Farc em Suarez, no estado de Cauca, local onde aconteceu o acordo entre governo e a guerrilha - JOAQUIN SARMIENTO / AFP

O governo colombiano e dissidentes das Forças Armadas Colombianas (Farc) assinaram um novo termo para retomar uma mesa de diálogos com objetivo de estabelecer o fim da guerra entre o grupo armado e o Estado. 

Está marcado para o próximo dia 17 um novo encontro para a retomada das conversas, quando deve ser firmado um cessar-fogo oficial. O espaço deve ser acompanhando por representantes de entidades internacionais, conforme anunciado em comunicado divulgado pelas duas partes. 

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Desde maio, os acordos entre a guerrilha e o governo colombiano estavam suspensos. Na época, o presidente colombiano Gustavo Petro anunciou o fim do cessar-fogo por conta do assassinato de quatro jovens de uma comunidade indígena no sul do país.

Em 2016 foi firmado o histórico Acordo de Paz entre Colômbia e as Farc. Foram anos de negociação que envolveram representantes de diferentes entidades internacionais e a mobilização de outros países, como Cuba, que recebeu as mesas de diálogos. 

Mesmo com o acordo, grupos das Farc se mantiveram contrários aos termos e, desde então, o governo colombiano vem buscando formas de apaziguar a situação com os dissidentes.

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O novo acordo firmado neste sábado estava em discussão desde a última quinta-feira (31), presencialmente, em Suárez, no estado colombiano de Cauca. 

O texto afirma, entre outras coisas, que as partes "resguardam seu legítimo direito de defesa e mantêm suas medidas de segurança e ações necessárias no marco do respeito ao direito internacional humanitário".

Desde as eleições, o então candidato Gustavo Petro defendia uma política de “paz total”. Após eleito, o presidente seguiu com o discurso.

Além dos diálogos com Estado Maior Central, como é conhecido o grupo de dissidentes das Farc, Petro também vem avançando nos acordos com o Estado de Libertação Nacional (ELN).

Em junho deste ano, em um momento histórico, Gustavo Petro e o primeiro comandante do ELN, Antonio García, fizeram um aperto de mãos dando início a um cessar-fogo entre as duas partes

Ainda durante as eleições, o ELN havia anunciado um cessar-fogo unilateral como demonstração do seu interesse no diálogo.

O ELN, criado em 1964, sob inspiração da Revolução Cubana e da Teologia da Libertação, é o último grupo insurgente com ação nacional na Colômbia, após os Acordos de Paz de 2016. Tem presença em duzentos municípios, com cerca de 2,3 mil guerrilheiros, com maior concentração nos departamentos de Arauca, Cauca, Chocó, Nariño, Catatumbo e Antioquia, segundo a Fundação Paz e Reconciliação (Pares).
 

Edição: Geisa Marques