Personalidades políticas do Brasil integram o Comitê pela Liberdade de Julian Assange, iniciativa criada nesta semana frente à possibilidade cada vez mais concreta de extradição do jornalista para os Estados Unidos. O fundador do Wikileaks está preso há mais de quatro anos em Londres, no Reino Unido.
Em 2010, ele publicou aproximadamente 250 mil arquivos, entre fotos, vídeos e documentos do Pentágono, que revelavam crimes de guerra cometidos pelos militares estadunidenses no Iraque e Afeganistão, além de tortura contra detentos da prisão de Guantánamo, base militar dos Estados Unidos em Cuba.
Agora, Assange aguarda uma possível extradição e pode ser condenado a até 175 anos. Ele é acusado de 18 crimes relacionados à espionagem. O grupo de apoio criado no Brasil foi lançado após uma conferência online que teve a participação da esposa do ativista, a advogada Stella Assange.
No encontro estavam presentes ex-ministros brasileiros, incluindo Paulo Sérgio Pinheiro, Paulo Vannuchi e Luiz Carlos Bresser-Pereira e personalidades que militam pelos direito humanos e pela democracia, assim como Kristinn Hrafnsson, editor-chefe do WikiLeaks desde 2010.
Diante da perspectiva de extradição já nas próximas semanas, a reunião online serviu como um espaço para discutir táticas que possam reverter o cenário.
Segundo Stella Assange, o jornalista pode ser transferido para uma prisão de segurança máxima. “Temos pela frente a nossa última linha de defesa. Precisamos aumentar a pressão sobre os países, para que se manifestem em relação a este caso que é um escândalo repleto de ilegalidades”.
Ela ressaltou que, por ser estrangeiro, o marido não contará com a proteção da 1. Emenda da Constituição americana, que determina liberdade total de expressão. Ele foi enquadrado na lei de espionagem, apesar de ser um jornalista que estava no exercício da função. “Armaram uma armadilha perfeita para ele”, disse a advogada.
O Comitê pela Liberdade de Julian Assange, vai atuar no âmbito jurídico e institucional. O grupo também tentará estabelecer novos canais de diálogo com autoridades nacionais e internacionais, lideranças políticas e diplomáticas. O principal objetivo é impedir a extradição.
Edição: Rodrigo Durão Coelho