O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias (PT), afirmou que não existe nenhuma possibilidade de o Bolsa Família sair da responsabilidades da pasta. Ele concedeu entrevista ao vivo a jornalistas de veículos da imprensa contra-hegemônica, organizada pelo Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé.
Em meio a boatos de que o governo vai colocar em prática uma reforma ministerial parar agradar partidos do chamado centrão e de que as mudanças poderiam afetar Dias, o ministro foi taxativo: “pode acreditar, o presidente não aceita colocar o Brasil refém de quem quer que seja.”
Segundo Wellington Dias, o combate à fome é um dos principais focos do governo desde a campanha eleitoral. Esse objetivo, ainda de acordo com o petista, não é negociável.
“Lula tem muita firmeza, muita segurança do que quer. Ele foi eleito com a esperança gigante de tirar o Brasil do mapa da fome, do mapa da insegurança alimentar e nutricional. [São] 33 milhões de pessoas passando fome, ano a ano crescendo o desemprego, a miséria, a pobreza, a desnutrição e tudo de ruim. Então, o Brasil vai dar um passo para trás? Pode acreditar que não vai”, ressaltou.
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Responsável pelo programa Bolsa Família, o MDS tem um dos maiores orçamentos do governo federal. Na semana passada circularam rumores, inclusive, de que a pasta poderia ser fatiada e que o principal programa de transferência de renda do governo passaria a ter gestão própria. Essa possibilidade, segundo o ministro, está totalmente fora de cogitação.
“O povo fez uma opção pela reconstrução. De modo muito claro, é impensável imaginar a separação do Bolsa Família das políticas do MDS. São 33 programas. Só para erradicar a fome você tem programas como o PAA, as Cozinhas Solidárias, Restaurantes Populares, o combate à desnutrição, tudo integrado completamente”.
Wellington Dias pontuou que diálogo e negociação são importantes, mas lembrou que a gestão de Lula tem composição planejada e prioriza o compromisso com as áreas consideradas estratégicas.
“É bom que tenhamos participação no governo e terá. Agora, é o presidente quem decide. A composição é planejada olhando para quem já está, estado por estado. Um parlamentar que não era da base do governo veio para apoiar; isso é dialogado com a base do governo no estado (de origem dele). Precisamos de diálogo, senão se ganha o apoio aqui, de um ou dois, e perde ali, de dois três. O presidente é experiente, capaz de diálogo e podemos colocar com segurança que ele vai conduzir bem esse compromisso de ter um cuidado muito grande com cada área estratégica”.
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Durante a entrevista, Wellington Dias falou ainda sobre o andamento das ações do governo federal para acabar com a fome no Brasil. Ele afirmou que o poder público atua de maneira articulada e ressaltou que as políticas de combate à insegurança alimentar abrangem todas as áreas governamentais.
Ele apontou que o desmonte promovido nos últimos anos prejudicou significativamente o registro de informações sobre o problema e diminuiu as potencialidades do Cadastro Único (CadÚnico), principal instrumento de busca e atendimento às famílas em situação de vulnerabilidade no Brasil.
Para contornar o cenário, o governo trabalha em diferentes frentes, que vão da agricultura à saúde, passando pela educação, trabalho, indústria, comércio e outros setores.
"Não queremos só dar o direito de tomar café e almoçar. Isso é o mínimo! A parte mais brutal é a desumanidade de um país que é o 4º maior produtor de alimentos do mundo com tanta gente passando fome. Mas o que queremos mesmo é o povo com dinheiro no bolso, indo comprar o que quiser, podendo se alimentar bem."
Assista a íntegra da entrevista:
Edição: Douglas Matos