O Presidente da Nigéria, Bola Tinubu, enviou uma carta ao Senado do país nesta sexta-feira (04/08) pedindo a autorização para uma intervenção militar no Níger.
A informação surgiu em diários nigerianos como o Business Day e o Vanguard, e descrevem o pedido do mandatário como uma iniciativa para agir militarmente em nome da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
O Vanguard conta que a carta foi lida em plenário pelo presidente da câmara alta da Nigéria, Godswill Akpabio, mas não faz previsão sobre a possibilidade ou não de o pedido ser aprovado pelos senadores – apesar de o governo possuir maioria suficiente na casa.
“Devido à infeliz situação política na República do Níger, e em nome da CEDEAO, afirmo que, sob a minha liderança, a Nigéria não deve apenas condenar o golpe de Estado em sua totalidade como agir para restabelecer o governo democraticamente eleito”, afirmou Tinubu na missiva.
Fim do toque de queda no Níger
A iniciativa se refere ao levante militar ocorrido no Níger em 26 de julho, quando um grupo de oficiais ligados à guarda presidencial do país sequestrou o então presidente Mohamed Bazoum. Dois dias depois, quando as Forças Armadas nigerinas passaram a apoiar a insurreição, o governo de Bazoum foi considerado oficialmente deposto.
Há poucas informações sobre a composição da junta militar que assumiu o poder. Segundo fontes da imprensa local, ela seria liderada pelo general Omar Tchiani, que era chefe da guarda presidencial e havia sido demitido por Bazoum dias antes do levante; e pelo coronel major Amadou Abdramane, quem liderou a ação que culminou no sequestro do ex-mandatário.
A CEDEAO anunciou no último domingo (30/07) que pretende impor sanções econômicas ao país caso o Bazoum não seja reconduzido à presidência. Outros países da organização ameaçaram com represálias, mas nenhum deles cogitou uma intervenção militar, como no pedido do mandatário nigeriano ao seu parlamento.
Enquanto isso, o governo da junta militar nigerina decidiu nesta quinta-feira (03/08) encerrar o regime de toque de recolher, imposto em todo o país desde o início do levante. Também foi anunciada, no mesmo dia, a revogação de todos os acordos militares que o Níger mantinha com a França.