O preço da gasolina vendida pela Petrobras a distribuidoras de combustível está 23% mais barato do que a média cobrada pelas refinarias privadas. A diferença atingiu em julho o maior patamar já registrado desde 1º de dezembro de 2021, quando foi privatizada a primeira unidade de refino estatal, a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia.
Levantamento do Observatório Social do Petróleo (OSP) divulgado nesta sexta-feira (28) mostra que o litro da gasolina da Petrobras custa R$ 2,52 enquanto as refinarias privatizadas cobram, em média, R$ 3,10.
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A recordista dos preços mais altos do país é a Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC), no Rio Grande do Norte, privatizada em 7 de junho. Administrada pela empresa 3R Petroleum, a unidade vende gasolina a R$ 3,20, valor 27% mais caro do que o da estatal.
A Refinaria da Amazônia (Ream), privatizada em dezembro de 2022, vende o litro a R$ 3,06 e a Acelen, gestora da antiga Rlam, a R$ 3,03 -- uma diferença em relação aos preços da Petrobras de 21% e 20%, respectivamente.
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De acordo com o economista Eric Gil Dantas, do OSP, a diferença nos preços tem basicamente dois motivos. O primeiro é que a Petrobras é uma empresa integrada, que produz e refina o petróleo. "Sendo assim, ela tem uma margem para absorver variação de preços que é imensamente superior à de suas concorrentes", explica.
O segundo motivo apontado é que a Petrobras é uma empresa estatal e conta com vários fatores para estabelecer o seu preço, além exclusivamente da maximização de lucros.
"Mesmo quando seu preço era definido pelo PPI, a política de paridade de importação, a companhia manteve por muito tempo preços abaixo dos internacionais, justamente por conta da pressão da opinião pública sobre o governo. E com o fim do PPI, em maio deste ano, a Petrobras passou a ter maior margem para definir os preços, até porque seus custos não variaram", conclui.
Edição: Leandro Melito