A Petrobras afirmou na segunda-feira (17) que realizará estudos para produção de um novo tipo de diesel em algumas de suas refinarias, sinalizando a injeção de investimentos no setor.
O anúncio foi feito pouco depois da viagem do presidente, Lula (PT), aos Emirados Árabes Unidos, país ao qual pertence o grupo Mubadala Capital, comprador da refinaria baiana de Landulpho Alves (Rlam) em transação amplamente criticada após ter sido feita por quantia muito abaixo do valor estimado
Integrantes da comitiva de Lula ao país árabe, como o o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), comemoraram investimentos futuros que foram anunciados pelo Mubadala na Rlam.
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No entanto, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) reagiu ao comunicado da segunda-feira afirmando que "o processo de crescimento da capacidade de refino da Petrobras passa pela reintrodução da Refinaria Landulpho Alves (Rlam) aos ativos da estatal".
A FUP havia apresentado uma proposta para reestatização da refinaria à comitiva presidencial, mas não obteve resposta. Nesse contexto, os investimentos de R$ 12 bilhões anunciados pelo Mubadala na refinaria sinalizam que a empresa árabe não planeja abrir mão dela.
"Investimentos novos no país são muito importantes. Porém, o anúncio da Acelen [empresa do fundo Mubadala] é uma intenção de investimentos futuros. No presente, o que estão investindo na refinaria?", questionou o coordenador geral da FUP, Deyvid Bacelar, ressaltando que os donos da Rlam não tem compromisso com o abastecimento nacional de combustíveis.
Suspeitas
Antes da proposta de recompra da Rlam, a FUP havia criticado tanto irregularidades na venda, como denunciado os altos preços cobrados por ela ao consumidor final.
A Rlam foi transferida pela Petrobras para o fundo Mubadala Capital, dos Emirados Árabes Unidos, em 1º de dezembro de 2021. A venda foi feita por R$ 1,65 bilhão de dólares, cerca de R$ 8,25 bilhões à época. Segundo avaliações do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo (Ineep), a refinaria valia pelo menos o dobro disso.
Mais recentemente, a FUP pediu uma investigação da privatização. A federação lembrou que a Rlam foi vendida depois de Bolsonaro voltar de uma viagem na qual passou pelos Emirados Árabes e recebeu R$ 16,5 milhões em joias da Arábia Saudita.
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Além disso, a FUP denunciou também aumentos de preços promovidos pelos novos administradores da refinaria prejudicando a população da Bahia, que passou a ter um dos combustíveis mais caros do país depois da privatização.
Edição: Rodrigo Durão Coelho