Escolha popular

Guatemala inicia campanha do segundo turno presidencial em clima de incerteza

Partido governista continua tentando barrar na Justiça a candidatura do Movimento Semente, de centro-esquerda

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Apoiadores do presidenciável Bernardo Arevalo, do Movimento Semente - Johan Ordonez / AFP

As eleições presidenciais da Guatemala passaram a uma nova etapa nesta segunda-feira (17/07), com o início oficial da campanha eleitoral para o segundo turno, entre a candidata Sandra Torres, do partido Unidade Nacional pela Esperança (UNE), que teve 21,1% dos votos no primeiro turno; e Bernardo Arévalo, do Movimento Semente, que reuniu 15,5% na primeira votação, ocorrida no dia 25 de junho. Ambas as legendas são consideradas de centro-esquerda.

A campanha do segundo turno estava marcada para começar no dia 4 de julho, mas teve duas semanas de atraso, devido à decisão da Corte Constitucional guatemalteca, que obrigou o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), maior autoridade eleitoral do país, a fazer uma recontagem das urnas.

Dias depois, na quarta-feira (12/07), a oficialização dos resultados foi novamente atrasada, mesmo com a recontagem já realizada, devido a uma decisão da Justiça comum, que suspendeu temporariamente a personalidade jurídica do Movimento Semente, um dos partidos que participa do segundo turno.

Somente na quinta-feira (13/07) a Corte Suprema de Justiça da Guatemala (CSJ) derrubou a suspensão do partido ambientalista e autorizou o TSE a tornar oficiais os resultados do primeiro turno das eleições.

Ainda assim, alguns analistas temem que, mesmo com a campanha do segundo turno iniciada, o clima de incerteza continua no país, já que o partido conservador Vamos, do presidente Alejandro Giammattei, apresentou recursos na CSJ para voltar a suspender o Movimento Semente.

Vale recordar que o partido de Bernardo Arévalo é alvo de uma controversa acusação de falsificação de assinaturas de supostos militantes: o caso em questão teria acontecido em maio de 2022, quando um cidadão teria denunciado o Movimento Semente por tê-lo inscrito ilegalmente no partido através de uma assinatura falsa.

Caso o partido governista de direita tenha sucesso em seu recurso na CSJ, seu candidato, Manuel Conde, herdaria a vaga que hoje é ocupada por Arévalo, já que foi o terceiro colocado no primeiro turno, com 10,4% dos votos.

Se o calendário eleitoral for mantido, o segundo turno das presidenciais da Guatemala deve acontecer no dia 20 de agosto.