Entregadores de aplicativo realizam neste sábado (1º) um breque pela regulamentação e melhores condições de trabalho. O ato paralisou entregas em São Paulo. Deve ocorrer também durante este domingo (2).
A paralisação foi convocada pelo grupo Entregadores Unidos pela Base. Panfleto distribuído pelo coletivo reivindica um "projeto de lei popular que obrigue as empresas de app a garantir", entre outros itens, a taxa mínima de R$ 10 por entrega, um piso mínimo de remuneração para a categoria, o fim dos bloqueios sem justificativa, idade reduzida para aposentadoria e um limite para a jornada de trabalho, com pagamento de horas extras.
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Na capital paulista, fotos e vídeos registraram a mobilização de motoqueiros na Avenida Paulista e no entorno do Pacaembu. Entregadores também relataram ter bloqueado a saída para entregas num McDonald's da Zona Leste e num shopping da região central.
A mobilização é nacional. Também estão previstos atos em Porto Alegre e Niterói (RJ).
"A categoria é vitrine da precarização"
"Esse breque está sendo pensado como parte daquilo que começou a nascer em 2020, na época da pandemia. Acho que ficou evidente para toda a população o grau de exploração da categoria, que é vitrine desse processo de precarização que não se limita só aos entregadores", disse Renato Assad, entregador em São Paulo, durante o planejamento dos atos. "Os entregadores cumprem um papel fundamental para mostrar à sociedade a urgência e também a possibilidade dessa luta", defende.
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Altemício Nascimento, que já era motoboy antes da chegada das plataformas, também participa da mobilização de entregadores desde o impactante #BrequeDosApps de 2020, que completa três anos exatamente na data em que a mobilização de agora é convocada. "Está muito difícil trabalhar com os apps. Entrega de R$ 6, entrega dupla, bloqueios, acidentes. Então nós queremos o quê? Um trabalho digno", resume.
Breques nas ruas, reuniões em Brasília
O breque dos entregadores acontece simultaneamente a reuniões de um Grupo de Trabalho (GT) instalado pelo governo federal em Brasília que, de acordo com decreto presidencial assinado em 1º de maio, tem até 28 de setembro para elaborar uma proposta de regulamentação do trabalho em aplicativo no país.
O grupo é composto por 15 membros do governo federal, 15 das empresas e 15 dos trabalhadores. Estes últimos, com exceção de quatro integrantes da Aliança Nacional dos Entregadores (ANEA) que não são sindicalizados, estão sendo representado por centrais sindicais. As próximas reuniões serão nos dias 4, 5, 18 e 19 de julho.
Edição: Raquel Setz