Rebelião domada

Após motim, Lukaskenko confirma que líder do Grupo Wagner está em Belarus

Presidente próximo de Putin disse que garantias de segurança a Yevgeny Prigozhin foram fornecidas

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Vladimir Putin em encontro com Alexander Lukashenko, durante entrevista coletiva em Moscou, em setembro de 2021. - SHAMIL ZHUMATOV / POOL / AFP

O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, confirmou nesta terça-feira (27/06) que o líder do grupo mercenário russo Wagner, Yevgeny Prigozhin, está no país.

"As garantias de segurança, como havia sido prometido, foram fornecidas. Prigozhin está hoje em Belarus", declarou Lukashenko, que mediou as negociações para o fim do princípio de revolta contra a liderança militar da Rússia. Prigozhin chefia o Grupo Wagner, organização mercenária privada que atua em nome da Rússia em diversas partes do mundo, principalmente na Ucrânia.

Lukashenko afirmou também que o país está oferecendo bases militares abandonadas ao grupo, desmentindo que o governo bielorrusso estaria construindo acampamentos aos combatentes. "Oferecemos a eles uma das bases militares abandonadas. Temos uma cerca, temos tudo. Montem suas barracas", disse.

Em meio a insatisfações com o comando militar russo, Prigozhin anunciou no último fim de semana uma rebelião contra o governo russo, tomou o controle da cidade de Rostov e iniciou uma marcha até Moscou.

No entanto, um dia depois, interrompeu o motim para evitar um "banho de sangue". Em discurso na última segunda-feira (26/06), Prigozhin disse que seu objetivo era "protestar" contra a decisão da Defesa da Rússia de dissolver o Wagner e incorporá-lo às suas Forças Armadas, e não "derrubar o governo do país".

Após o princípio de revolta, os combatentes do Wagner vão transferir equipamentos militares pesados para as tropas de Moscou, enquanto o Serviço Federal de Segurança (FSB) arquivou um inquérito por rebelião armada contra participantes do grupo.

Em declaração nesta terça-feira (27/06), Putin disse que a Rússia poderia perder "todos os resultados obtidos" na Ucrânia se o motim não fosse debelado. "O Exército e as forças de segurança impediram o início de uma guerra civil", destacou.

(*) Com Ansa.