A Ucrânia anunciou nesta sexta-feira (16) um alerta aéreo em todo o território do país após bombardeios russos realizados na capital Kiev. Os ataques acontecem em meio à visita da delegação de líderes africanos que está no país com o objetivo de iniciar uma missão de paz.
De acordo com o Ministério de Assuntos Internos da Ucrânia, três pessoas ficaram feridas - uma idosa e duas crianças -, e áreas residenciais foram danificadas.
Os líderes africanos que chegaram a Kiev para discutir uma iniciativa de paz tiveram que ir para um abrigo de segurança durante o ataque de mísseis. A missão de paz é liderada pelo presidente do Senegal, Macky Sall, e o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphos, e ainda inclui líderes de Zâmbia, Comores e Egito.
Depois que o ataque aéreo terminou, um porta-voz do presidente sul-africano publicou no Twitter que a missão dos líderes africanos estava indo "bem e de acordo com o planejado".
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que o ataque com mísseis russos durante a visita de líderes africanos a Kiev é um sinal para a África de que a Rússia quer mais guerra, não a paz.
"Putin está 'construindo confiança' ao lançar o maior ataque com mísseis contra Kiev em semanas, no momento em que líderes africanos visitam nossa capital. Os mísseis russos são um sinal para a África: a Rússia quer mais guerra, não paz", disse Kuleba em seu Twitter.
A delegação africana declarou que os planos de se encontrar com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ainda nesta sexta-feira se mantêm. A expectativa é que, após a visita à Ucrânia, os líderes africanos viajem para a Rússia para se reunir com o presidente Vladimir Putin.
Anteriormente, foi relatado pela Reuters que os países africanos desenvolveram "medidas de confiança" para um cessar-fogo entre Moscou e Kiev. Eles sugerem, em particular, a retirada das tropas russas dos territórios ucranianos, a renúncia a armas nucleares táticas no território da Bielorrússia, bem como a suspensão do mandado do Tribunal Penal Internacional para a prisão de Vladimir Putin e a flexibilização das sanções.
Edição: Thales Schmidt